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sexta-feira, 30 de setembro de 2011


Feito peru: ciscou, rodou, rodou, e não saiu do lugar
DO DIARIO DE PERNAMBUCO - ALINE MOURA
 Foram nove meses de vaivém. O deputado federal João Paulo gastou sola de sapato, conversou, ouviu e viajou para ficar no mesmo lugar: no PT. Ainda no início do ano, em janeiro, o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, fez o primeiro convite para o petista sair da sigla. As portas foram entreabertas depois de inúmeras queixas externadas pelo parlamentar, que se sentia isolado mesmo após conquistar a Prefeitura do Recife por dois mandatos. O afago era uma forma de prestigiar o petista, rompido desde o fim de 2009 com seu afilhado político, o prefeito João da Costa. De lá para cá, os convites e sondagens surgiram do PDT, PMDB, PTB, PSB e PV. Nada mudou. João Paulo anunciou o “fico” após um encontro com a presidente Dilma Rousseff (PT). É o fim do mistério que dura quase um ano.

Mesmo sem estar na agenda oficial da presidente, João Paulo passou cerca de uma hora reunido com Dilma no início da noite. Ele desceu do gabinete da presidente e comunicou “o fico” à imprensa que faz a cobertura do Palácio do Planalto. O petista chegou ao lado dos ministros da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Helena Chagas, e da Justiça, Eduardo Cardozo. Demonstrava estar feliz, segundo o repórter Igor Silveira, do Correio Braziliense/Diario. Chegou a dizer, na ocasião, que “não ia para nenhum lugar” e não se pautava por “eleições”.

Pouco depois de conversar com Dilma, João Paulo ratificou a permanência pelo Twitter, uma das redes sociais da Internet. A decisão perdeu o timing, mas foi tomada antes do prazo limite de filiações partidárias para os futuros candidatos, que expira no dia 7. Já em nova entrevista ao Diario, por telefone, ele se justificou. Disse que não podia desconsiderar o apelo da presidente, de Lula e dos correligionários para permanecer na legenda. Negou que as movimentações tivessem sido apenas jogo político, como acreditam alguns socialistas e petistas.

O ex-prefeito contou que os petistas fizeram até um café da manhã para ele, em Brasília. De acordo com João Paulo, outras lideranças presentes “fizeram uma comoção” para que ele ficasse. Na prática, aliados observam que houve mais desgastes que vitórias. João Paulo terá dificuldade de ser candidato em 2012, dentro do PT, e pode ficar na planície política. Ele fica no partido sem fechar arestas e desaponta quem esperava por seu novo rumo político.

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