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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

PEDESTRIANISMO

Gigante de 1,42m faz sucesso nas corridas de rua do país

A baixa estatura de José Rodrigues contrasta com os resultados nas pistas. Seu último feito foi superar quase 500 rivais em uma prova de 10km, em Brasília, quando se sagrou primeiro lugar geral





Carlos Silva/CB
''Quando eu corro, as pessoas ficam impressionadas com a minha passada, querendo entender como é possível'',   

No caso do jamaicano Usain Bolt, sua estatura combina exatamente com o tamanho de seus feitos. Os quase 2 metros de altura impõem o respeito necessário a um atleta que escreveu o nome na história como o ser humano mais rápido do planeta e intimida os rivais antes mesmo que Bolt dispare nas pistas.

Em Brasília, o pequenino José Rodrigues dos Santos Júnior, 30 anos, causa reação contrária. Quando ele, com seu 1,42 m, se aproxima da largada, olhares desconfiados e até algumas piadas chegam a ser lançadas. Mas quando José dispara, ele não demora a mostrar porque é conhecido como “Gigante”.

O maranhense, que começou a correr aos 15 anos, já está acostumado a subir no pódio. Por conta do tamanho, Gigante é classificado como para-atleta, junto a deficientes físicos e intelectuais, e compete em categoria especial, na qual ganhou todas as nove provas de que participou este ano. No sábado, entretanto, José Rodrigues atingiu a maior de suas conquistas. Entre quase 500 competidores, ele liderou toda a prova de 10 quilômetros da Run Series Track&Field e cruzou a linha de chegada três minutos antes do vice-campeão.

Foi a primeira vez que Gigante conseguiu ser o campeão geral em uma prova. Com suas pernas curtas, ele respondeu na pista a todos os cochichos que ouviu antes da largada. “Escuto muita gente comentando sobre mim. Não vejo como uma crítica. Ou levo na brincadeira, ou finjo que nem ouvi”, diz. “Mas quando eu corro, as pessoas ficam impressionadas com a minha passada, querendo entender como é possível”, diverte-se.

A resposta para a surpreendente performance nem o próprio Gigante soube encontrar. As explicações são buscadas no que mais o motivou a dedicar-se aos treinos: as dificuldades que sua família enfrentou quando era mais novo e a vontade de superá-las. Graças à corrida, José hoje consegue enviar mensalmente uma ajuda de custo aos pais, no Maranhão, e também ajudou a reformar a casa deles. “Saí de lá com meus familiares brigando comigo, dizendo que esporte não era trabalho. A minha determinação é focada em montar a minha vida aqui e também na minha cidade”, conta.

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