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quinta-feira, 29 de março de 2012

COPA DO MUNDO 2014


Pernambuco na marca do pênalti

EDUARDO MARTINO/ODEBRECHT

Lentidão no andamento da obra da Arena Pernambuco preocupa a Fifa e a CBF

 Diario de Pernambuco


A ameaça real de exclusão da Copa das Confederações de 2013 foi o epílogo de um mês marcado pelos turbulentos bastidores na preparação pernambucana para o torneio-teste da Fifa e para a Copa do Mundo de 2014. A preocupação com o andamento das obras do estado foi repassada ontem, sem cerimônia alguma, pelo presidente da Fifa, Joseph Blatter, ao novo mandatário da CBF, José Maria Marin, em sua primeira reunião em Zurique, na Suíça, exercendo a nova função. “A Fifa está muito preocupada. E não foi um ou outro membro que levantou essa preocupação”, disse Marin, em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo.

A primeira medida tomada por Marin após o recado, endossado pelos engenheiros da Fifa, foi telefonar para o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Na ligação, o socialista reafirmou o compromisso com o presidente da CBF e com o Comitê Organizador Local (COL) de seguir os prazos estabelecidos. Mostrou-se confiante na realização da Copa das Confederações no estado e convidou Marin para uma visita no estádio, agendada para 4 de abril. Na prática, o governo quer ganhar mais tempo e, também, um aliado, para que o chefe da CBF leve pessoalmente as suas impressões à Fifa. As articulações políticas acabaram ganhando o espaço da estrutura do estádio no 20º capítulo da série Diário de uma Arena.

Escolhido de forma condicionada para a Copa das Confederações, ao lado de Salvador, Recife passou a correr contra o tempo, ainda mais com as demais subsedes à frente. Em 7 de março, o canteiro recebeu a primeira visita o ministro do Esporte, Aldo Rebelo (PC do B), substituto do companheiro de partido, Orlando Silva, que deixou o cargo após as denúncias de desvio de verba em convênios com ONGs. A vistoria acabou sendo deixada de lado por causa da declaração, quatro dias antes, de Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, que sugeriu que o Brasil levasse “um chute no traseiro”.

Pressionado, o interlocutor pediu desculpas e acabou não vindo ao Recife, naquela que seria a sua primeira vistoria na Arena Pernambuco. A passagem, com uma estrututra diferencial já armada, estava marcada para o dia 12. Adiada para maio. Aquele dia, contudo, acabou sendo marcado pela renúncia de Ricardo Teixeira, que passou 23 anos à frente da CBF. Sucumbiu às denúncias Vice-presidente mais velho, Marin, de 79 anos, ganhou a cadeira de presente e já protagonizando esta polêmica.

O dirigente tornou pública a enorme pressão sobre Pernambuco em seu primeiro ato na Fifa. Sem ter como rechaçar a declaração, coube aos governistas readequarem os planos para concluir todo o planejamento da arena, hoje em 35% das obras. A expectativa é chegar a 50% em junho, prazo para a resposta final sobre a presença do estádio na Copa das Confederações. Mais do que uma questão de logística sobre a capacidade de execução da infraestrutura, o andamento da obra se tornou um objeto político. De orgulho com a presença no segundo principal torneio da Fifa a munição para adversários políticos?

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