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quinta-feira, 15 de março de 2012

DINHEIRO SAINDO PELO RALO


 FGV: com lucro zero, futebol brasileiro precisa cobrar fatia em sites de aposta
 

Pesquisa diz que falta de regulamentação impede clubes de participarem no faturamento de empresas estrangeiras que exploram suas marcas

A abrangência dos sites de apostas na internet voltados para partidas de futebol é ampla. É possível dar palpites em jogos desde a Liga Italiana até o modesto campeonato nacional da Costa Rica. O Brasil também está incluído nesta vasta rede, mas, ao contrário de outras nações, tem sido incapaz de obter sequer um centavo com a atividade, que movimenta milhões de dólares ao redor do mundo. De acordo com uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), do Rio de Janeiro, os clubes brasileiros deixam de auferir lucros significativos em relação às diferentes loterias que envolvem suas equipes. O principal problema, diz o estudo, é o fato da atividade não ser regulamentada no país.
De acordo com o pesquisador Pedro Trengrouse, da FGV, o rombo financeiro é enorme. Ele defende que as agremiações brasileiras deveriam exigir sua parte no lucro dos sites que envolvem suas marcas em apostas.
As estimativas atuais apontam que mais de U$ 600 milhões são movimentados anualmente em apostas relacionadas ao futebol brasileiro na internet. São operadores estrangeiros que oferecem seus sites no Brasil. Os clubes têm que ver esse dinheiro, ou parte dele, e os impostos têm de ser cobrados desse dinheiro - afirma.
Na Europa, clubes como Real Madrid e Milan são associados às empresas de apostas online que envolvem seus times. Eles possuem participação direta no lucro dos sites na forma de royalties, espécie de importância paga ao proprietário pelos direitos de exploração de sua marca.
Para Jorge Avancini, diretor executivo de Marketing do Internacional, a oportunidade perdida pelos clubes brasileiros em termos financeiros reflete a desorganização do futebol no país.
- Isso mostra a desunião dos clubes, principalmente os 20 clubes grandes do futebol brasileiro, onde suas marcas são hoje muito atrativas e todo mundo se acha no direito de usá-las e não pagar nada - diz.
Um outro lado da atividade, no entanto, tem deixado as autoridades em alerta. A Fifa, entidade máxima do futebol mundial, já manifestou preocupação com denúncias de armação de resultados de jogos organizada por grupos ligados a sites de apostas. Tudo pelo fato dos vencedores serem pagos na medida em que acertam os placares das partidas.
Em 2005, o futebol brasileiro experimentou o problema no caso que ficou conhecido como a Máfia do Apito. O então árbitro Edílson Pereira de Carvalho foi acusado de ter sido contratado por um grupo de apostadores para ajudar na manipulação de resultados. Ele acabou banido dos gramados, e a Confederação Brasileira de Futebol, à época, acabou anulando onze partidas do Campeonato Brasileiro. Na Europa, a fim de evitar tais crimes, existem órgãos capazes de monitorar os sites e identificar atividades suspeitas.
O deputado federal Rubens Bueno (PPS-RS) defende a regulamentação dos sites de aposta no Brasil. Segundo ele, a atividade, aliada à fiscalização, é capaz de beneficiar atletas, clubes e torcedores.
- Dá a oportunidade àqueles que querem apostar em jogos de futebol, em campeonatos brasileiros, e também, permitir que os recursos que vão para essas loterias sejam redirecionados ao próprio esporte brasileiro - analisa.
Nelson Rocha, vice de finanças do Vasco, defende, ao menos, o debate do assunto entre o os clubes brasileiros e o Congresso Nacional.
- Tenho certeza de que essa posição do Vasco é a posição dos demais clubes. Estamos dispostos a abrir essa discussão, com os senadores, deputados, para que a gente possa fazer com que os clubes tenham receita adicional para suprir suas necessidades - aponta.

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