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quarta-feira, 21 de março de 2012

É O BRASIL EM TODAS


Seleção Brasileira feminina de Rúgbi mostra supremacia no esporte

 
Diario de Pernambuco


O título sul-americano conquistado pela Seleção Brasileira feminina de rúgbi sevens, no último dia 11, no Rio de Janeiro, mostrou a hegemonia da equipe no continente: foi o oitavo troféu nos últimos oito anos. Enquanto isso, o time masculino ficou com a quinta colocação no campeonato. No Mundial, a história é quase a mesma. Em 2009, as meninas alcançaram a 10ª posição — melhor resultado de uma equipe do país. Números estranhos, já que se trata de um esporte originalmente de homens, mas que têm explicação, segundo os dirigente. E não é apenas devido ao dinheiro, apesar da diferença nos investimentos na modalidade.

No ano passado, 28 atletas — 15 homens e 13 mulheres — receberam benefício do programa Bolsa-Atleta, do Ministério do Esporte. Dos 20 que participaram do Sul-americano, oito não tiveram o auxílio, entre eles seis meninas. Para este ano, o governo aumentou a abrangência do projeto e quadruplicou o número de jogadores de rúgbi que são beneficiados. Mas dos 117 que recebem ajuda, 79 são homens.

Quando se fala em dinheiro privado, o time masculino também larga na frente. Dois jogadores da Seleção são patrocinados pela Topper: Fernando Portugal e Lucas Duque.

A Confederação Brasileira da modalidade recebe, entre outras verbas, cerca de R$ 2 milhões das leis de incentivo ao esporte, segundo Virgílio Neto, gerente da Seleção masculina de rúgbi. O dinheiro é dividido igualmente entre os “gastos essenciais” da entidade: as duas seleções nacionais, desenvolvimento da modalidade e campeonatos. Com isso, as duas equipes de Sevens, masculina e feminina, recebem o mesmo apoio financeiro da Confederação.

“É bem equilibrado, não somos uma confederação tão grande, então não tem como ter essa diferença de valores. Nenhuma das atletas recebe dinheiro, nenhuma é profissional, ninguém tem salário. Mas elas não gastam nada com treinos”, conta João Nogueira, gerente da Seleção feminina de rúgbi.

Mais que investimento, a palavra de ordem na modalidade é planejamento. “Entre as meninas, esse profissionalismo começou há alguns anos, já que tínhamos duas direções diferentes, uma para cada gênero. A partir de 2012, será uma só e vamos passar o planejamento do feminino para o masculino”, explica Virgílio Neto.


Esforço individual recompensado 
A pilar Júlia Sardá, hoje capitã da equipe feminina, entrou no grupo em 2004 e lembra outro quesito importante do time feminino. “Hoje não temos diferença no investimento, mas, quando o time começou, as jogadoras eram muito dedicadas e tiravam dinheiro do próprio bolso para treinar”, conta. “Essa dedicação passou para as jogadoras mais novas. Não sei como acontece na Seleção masculina, mas é muito esforço individual de cada uma”, afirma.

Apesar de a competitividade do rúgbi masculino ser muito maior, as meninas treinam mais individualmente. “É uma questão de educacação, de querer mais. No mundo inteiro, o rúgbi masculino é mais valorizado, mas precisamos trabalhar essa diferença”, acredita João Nogueira.

O grupo feminino também se mantém mais tempo junto, treinando ao longo de todo o ano. “Cerca de 30 atletas ficam em treinamento constante e reduzem a atividade perto da competição para corrigir detalhes. Isso ajuda o time a crescer por completo”, explica Júlia, que viaja domingo com o time para Hong Kong, onde a Seleção disputará a sexta etapa do Circuito Mundial da modalidade. 

“Esse desenvolvimento ocorreu a partir da melhora do ritmo de jogo do time. Só o Brasil faz um jogo forte na América Latina, parecido com os estilos norte-americano e europeu. Esse rúgbi mais forte foi conquistado com as viagens para o exterior, jogando com equipes de fora”, conta Vírgilio. “As seleções sul-americanas também estão crescendo, mas o Brasil evolui mais ainda”.

Torneio em Hong Kong

O Brasil disputa, em 23 e 24 de março, ao lado de 12 seleções, a sexta etapa do Circuito Mundial da modalidade, em Hong Kong. O time nacional está no Grupo A, ao lado de Canadá e Rússia. As campeãs de cada chave avançam às semifinais da Taça Ouro.

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