LIGA DOS CAMPEÕES - ZEBRA

Brasuca do Apoel avisa: 'Somos as zebras, mas não custa nada sonhar'

William Boaventura, o Boa, destaca 'feito histórico' da equipe que chegou às quartas de final da Champions, mas promete que time vai lutar por mais

Diz a letra do samba da Mocidade Independente de Padre Miguel no ano de 1992 que "sonhar não custa nada". E o sonho do Apoel, do Chipre, na Liga dos Campeões da Europa, é pra lá de real. O time, considerado a zebra da competição até agora, já eliminou o Lyon nas oitavas de final (assista ao lado) e garantiu uma vaga entre as oito melhores equipes do Velho Continente. Mas por que não acreditar que pode ir ainda mais longe?

Embalado pela apaixonada torcida do clube cipriota, o brasileiro William Boaventura, o Boa, está ainda radiante com este feito histórico. Nunca antes um time do país foi tão bem sucedido na competição, e por isso o jogador está motivado para transformar outro sonho em realidade - mesmo que para isso o Apoel tenha que superar um Barcelona ou um Real Madrid nas quartas de final. Afinal, "não se paga para sonhar".

- Na posição em que estamos agora, não tem como escolher. Estamos entre os oito melhores, então qualquer time que está ali fez por merecer. Acredito que todo time tem seu valor. Um diferente do outro, mas todos têm pontos fortes e fracos. Não temos que torcer. Quer vier, vamos dar nosso melhor - garantiu,

Mas sonhar com o Apoel também é "sonhar com os pés no chão". Boa reconhece que o time não é um dos favoritos para chegar às semifinais e admite que só o fato de ter avançado para as quartas vai ser considerado um grande feito por toda a história do futebol local.

- Até então, somos a zebra. Desde que começou a fase de qualificação éramos taxados assim. Estamos surpreendendo. Afinal, não custa nada sonhar. Quando você acredita e tem fé, a possibilidade de alcançar o objetivo é bem maior. Acreditamos que podemos fazer ainda mais. Se fizermos, vamos comemorar. Se não, estaremos agradecidos, porque o que nós já fizemos foi histórico - observou.

A inesquecível noite que entrou para a história do Apoel não será esquecida pelo brasileiro e nem pelos fãs do clube. Boaventura revela que, mesmo alguns dias após a classificação, ainda há comemoração dos apaixonados torcedores nas ruas e um sentimento de surpresa entre os jogadores da equipe.

- A comemoração foi muito legal, porque foi um marco histórico que conseguimos atingir com esse time. Dentro do país, nunca haviam feito o que fizemos. Ficamos muito felizes no vestiário e, para ser sincero, ainda não caiu a ficha direito. A torcida é apaixonada por futebol, só estando aqui para ver. Os repórteres brasileiros que vieram aqui sentiram a presença deles, o quanto se ama o futebol. E depois de uma classificação como essa, todos nos felicitaram. Até antes mesmo, só por passar às oitavas tivemos muita festa. Mas na quarta foi como um Davi contra Golias. Surpreendemos o Lyon, porque todo mundo esperava uma superioridade deles.

E como não poderia deixar de ser, ele destaca a presença brasuca (saiba mais no vídeo acima), com a alegria tradicional de quem tem o samba e o futebol nos pés, como um dos pontos fundamentais para os resultados conquistados em campo terem um sabor tão especial fora dele.

- O brasileiro em si é alegre, quando chega à Europa, em uma cultura diferente, acabamos contagiando. Eles não brincam tanto quanto a gente, mas colocamos isso no vestiário. Sempre estamos felizes, não importa o que está acontecendo e acho que isso é importante. Isso tem nos ajudado bastante - completou.

O sentimento que fica é um só: independente do que aconteça daqui para frente, os jogadores e torcedores do Apoel ficarão "a sorrir" por muito tempo por conta desta classificação.