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segunda-feira, 12 de março de 2012

MAIS UMA DO REI DO FUTEBOL

Ucraniano monta museu particular de Pelé com mais de 3 mil itens

Nikolai sonha com presença do Rei em inauguração durante Eurocopa. Em visita a Santos, fã retirou até pedra da casa do ídolo para guardar


O sonho do menino pobre que se tornou o maior jogador de futebol da história e o atleta do século XX continua sendo inspiração mundo afora. Que o diga Nikolai Hudobin, um ucraniano de 51 anos que há mais de 40 coleciona ítens sobre a vida de Pelé e abriu o que seria o único museu particular sobre o Rei do Futebol em sua cidade natal, Lugansk, na Ucrânia.
Ao longo de todos esses anos, Hudobin conseguiu reunir, incrivelmente, mais de 3 mil objetos que contam a história de Pelé.
- Não tive parceiros. Tudo eu arrumei sozinho. Algumas coisas me foram dadas, outras, compradas por mim - explica o ucraniano, que gosta de lembrar que tudo começou com recortes de jornal e revistas, que eram comprados com o dinheiro que seus pais, na então União Soviética, lhe davam.

Mas o primeiro grande "negócio" feito pelo menino de 10 anos envolveu uma bicicleta novinha.
- Um amigo, sabendo que eu colecinava coisas sobre Pelé, ofereceu trocar uma enorme foto de Pelé com Lev Yashin, lendário goleiro da URSS, pela tal bicicleta. Não pensei duas vezes e fiz a troca - conta, o hoje orgulhoso proprietário do museu.
O que começou apenas com recortes de jornais acabou ganhando contornos de coleção respeitável. O primeiro item valioso, comprado por Hudobin, foi um relógio que o zagueiro soviético Valentin Afonin recebeu por marcar Pelé em um amistoso. Depois vieram flâmulas, troféus, ingressos de jogos do Rei, camisas, fotos, uma bola da Copa de 1966 e até uma foto da Copa de 1958, que esteve, durante muito tempo, na Estação Espacial "Mir", autografada por todos os cosmonautas da época.
Mas, após muitos anos acompanhando a vida de Pelé e colecionando itens sobre o Rei, ainda faltava conhecê-lo pessoalmente. Isso aconteceu, finalmente, em 1997, quando Pelé estava em Moscou para uma campanha publicitária.
- Eu consegui burlar todas as leis e entrar na sala VIP onde ele estava. Um amigo me apresentou e contou sobre minha coleção e meu desejo de criar um museu. Ele foi muito simpático e disse que ficaria muito feliz se isso acontecesse.
Hudobin encontrou o Atleta do Século ainda outras duas vezes: mais uma em Moscou e outra em Santos, em 2006, quando o ucraniano visitou a primeira casa do Rei, foi atração de jornais e revistas e ouviu "causos" de contemporâneos do ídolo do Santos. A surpresa ficou por conta de Pelé lembrar do admirador e presenteá-lo com um livro.
- Ele autografou um de seus livros e o dedicou 'a meu amigo Nikolai' - conta, aproveitando para revelar mais um fato curioso de sua visita a Santos:
- Quando saí da casa, aproveitei para pegar uma pequena pedra de seu muro, para a coleção. Provavelmente, isso soa engraçado para alguns, mas não para mim - revela, emocionado, ao lembrar que a viagem foi como um sonho. Afinal, 40 anos após o início de sua paixão, ele estava ali, na terra de seu ídolo.
- Para mim foi mais ou menos como para os americanos chegar à Lua.

Mas se tem uma pergunta da qual o ucraniano sempre escapa é afinal, quanto vale sua coleção? Ele diz que nunca revela.
- Mas posso dizer que gastei muito dinheiro. O preço de minha coleção é minha alma e minha vida. É claro que eu sei o quanto gastei, mas sua vida e sua alma não têm preço. Não dá para medir seu sonho com dinheiro - completa.
No início, Hudobin tentou abrir seu museu em Moscou, mas então a URSS se desfez, e a ideia passou a ser a capital ucraniana, Kiev. A iniciativa não deu certo e o fã de Pelé abriu as portas em Lugansk. Recentemente, tentou incluir, sem sucesso, seu museu no roteiro turístico para a Eurocopa de 2012, que acontecerá na Polônia e na Ucrânia. Mas, mesmo ainda não inaugurado oficialmente, o museu sobre Pelé de Nikolai Hudobin atrai desde jogadores brasileiros a fanáticos por futebol de toda a Ucrânia.
- Eu sei que Pelé foi convidado para a Euro. Gostaria muito que ele e a viúva de Yashin inaugurassem o museu. Seria um sonho que o Rei do Futebol deixasse um pouco de sua alma aqui - convida Hudobin.
Agora, quem dá a bola é o próprio Pelé.

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