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sábado, 3 de novembro de 2012

SANTA CRUZ - NÃO MUDA NADA


O projeto de Zé Teodoro continua

O projeto de Zé Teodoro continua (RICARDO FERNANDES/DP/D.A PRESS)

Demitido do Santa, treinador deverá servir de inspiração para o futuro comandante.

O técnico ajudou o clube a sair de uma fila de seis anos sem título com o Estaudal de 2011


Zé Teodoro saiu pela porta da frente do Arruda. E a diretoria do Santa Cruz não a fechou. “Eu quero voltar, um dia”, afirmou, com um tom misto de lamento e chateação, ao embarcar para Americana-SP, onde reside a família, apenas uma hora e meia após o anúncio oficial da dispensa. O ciclo do treinador cessou, ontem, por questão financeira e por uma recente mancha. Mas a mácula da eliminação precoce da Série C é incapaz de apagar as conquistas. Que não foram poucas.
O técnico ajudou o clube a sair de uma fila de seis anos sem título. De quebra, faturou o bicampeonato pernambucano, feito não atingido desde 1987. Pegou um time “mendigando” por vaga na Série D e o alçou para uma divisão acima. Nomes como Dado Cavalcanti, Givanildo Oliveira, Lori Sandri, Bagé, Fito Neves, Charles Muniz, Sérgio China, Mauro Fernandes e Márcio Bittencourt tentaram reerguer a equipe, mas tiveram os objetivos frustrados. Cedo ou tarde, serão esquecidos, exceto Givanildo. Mas, Zé, não.

O agora ex-técnico coral vai deixar um legado ao futuro comandante. Uma prática incomum do futebol: a continuidade de um projeto. Além da permanência por quase dois anos, Zé Teodoro conseguiu manter uma base. Fez aflorar talentos de uma casa cujos ídolos eram quase sempre de fora do estado, a exemplo de Everton Sena, Renatinho, Memo, Natan e Gilberto. Com o jeito “chato e enjoado”, como mesmo se avaliava, interferiu em outras áreas do clube. Colocou o dedo em feridas. Cobrou um centro de treinamento (agora, com os primeiros pilares erguidos no bairro de Aldeia), pediu redução de preço de ingresso e exigiu mais infraestrutura.

A derrota em Marabá freou planos futuros. O treinador até tentou fazer campanha para ficar. “Eu pretendo investir e continuar no projeto para levar o clube ao tricampeonato e ao acesso. O meu desejo é dar continuidade. Montar um time mais competitivo”, declarou, instantes depois da derrota contra o Águia. “A última impressão é a que fica”, declarou o diretor de futebol Constantino Júnior, porta-voz da demissão, antes de dar outras justificativas. “Precisamos fazer uma adequação financeira. Vamos ficar quase três meses sem jogar. E o Zé está muito valorizado no mercado.” Os tricolores desejam boa sorte a Zé. E um “obrigado”.

Números de Zé

714 dias no clube
6 competições
2 títulos (PE2011 e PE2012)
1 acesso (da Série D à C)
3 eliminações (duas em Copa do Brasil, uma em Série C)
91 jogos
48 vitórias
19 empates
24 derrotas
53 gols de saldo positivo
59,7% de aproveitamento 
R$ 25 mil (suposto salário inicial)
R$ 70 mil (suposto salário final) 
 Diario de Pernambuco

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