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sábado, 9 de março de 2013

SPORT - QUEM FOI O LOBISTA?


Por enquanto, Bivar é o único errado

Bruna Monteiro Esp.DP/D.A Press
Presidente rubro-negro diz ser normal o trato com lobistas no futebol brasileiro

Sem provas, presidente do Sport denuncia esquema com lobistas na CBF e admite ter pago para Leomar ser convocado em 2001



“É a regra do jogo”. Com a naturalidade de quem descreve um lance de gol, Luciano Bivar denunciou um suposto esquema de pagamento de propinas para a convocação de jogadores para a Seleção Brasileira. Em entrevista concedida à rádio Transamérica, o presidente do Sport revelou ter contratado os serviços de um lobista para promover a convocação do volante Leomar, em 2001. Sem mostrar qualquer remorso, declarou durante o programa Superesportes Bate Bola, da Rádio Clube, que utilizaria o mesmo artifício novamente. “Se eu pudesse colocar cinco jogadores do Sport na Seleção Brasileira hoje, eu colocaria”, enfatizou.

A revelação veio à tona num momento em que o clube enfrenta uma enorme crise por conta dos maus resultados do time e da falta de atitude de seus dirigentes. Questionado sobre o motivo pelo qual desistiu de contratar um executivo remunerado para comandar o departamento de futebol, Bivar reclamou da postura dos profissionais desta categoria. “É preciso ter cuidado com executivos de futebol, porque muitos chegam ao clube para realizar negócios e não para ajudar o clube. Nós até já utilizamos esse tipo de expediente. Empurramos o Leomar na Seleção. Pagamos uma comissão para ele jogar na Seleção Brasileira.”


A repercussão foi ampla e imediata. Na berlinda, Bivar tentou adotar um discurso mais cauteloso, no intuito de minimizar os efeitos de suas declarações. “O que eu sei é que o meu jogador foi parar na Seleção. Não sei se o lobista que contratamos teve responsabilidade pela convocação, ou se ele chegou lá pelo que mostrou dentro de campo”, divagou. O dirigente, porém, não contou detalhes sobre a operação, tratando o episódio como algo que ficou no passado. “Vocês estão querendo ressuscitar o defunto agora. Pagamos para ele jogar na Seleção. Foi isso. O nome desse lobista é indiferente, e eticamente eu não poderia revelar o nome dele”, despistou.


O dirigente atribuiu à Lei Pelé a culpa por este cenário que ele denunciou. “É preciso que retomemos a legislação para evitar profissionais inescrupulosos. É preciso modificar essa legislação, mudar essa famigerada Lei Pelé. Ou a gente modifica a legislação, ou estamos fadados a depender de mercenários. Hoje, a coisa mudou muito. Eu não trato mais com presidentes. Só trato com lobista, procurador”, reclamou, tratando o esquema como parte da rotina do esporte. “Todo mundo faz isso. Se falarem com o Scolari hoje, ele vai falar que recebe ligações de empresários de jogadores do Catar, de toda a parte. Essa é a regra do jogo. Não sou desonesto. Sou realista.”

 Diario de Pernambuco

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