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terça-feira, 30 de setembro de 2014

MAIS UM DESMANDO NA CIDADE DE OLINDA

Abandono da obra do estádio em Olinda gera aumento de mais de R$ 3 milhões no custo final

Obra do estádio ficou paralisada por mais de 20 meses. Custo atualizado da construção é de R$ 10,5 milhões

Construção do estádio no Bairro de Rio Doce foi retomada na semana passada


Quanto tempo se leva para construir um estádio de pequeno porte, com capacidade para 10.700 lugares? Em Olinda, patrimônio histórico da humanidade, a resposta é complicada. Projetado para servir de centro de treinamento de seleções na Copa, o estádio Grito da República, em Rio Doce, ainda não ficou pronto. Na verdade, suas obras estiveram paradas por cerca de 22 meses e só recentemente foram retomadas. Agora, com custo total calculado em R$ 10.545.712,63, a expectativa é de que, finalmente, fique pronto até janeiro de 2015.
A indefinição parece ser marca desta obra construída com recursos dos governos federal e municipal. Inicialmente, de acordo com a ordem de serviço, com investimentos do Ministério do Esporte e da Prefeitura de Olinda, assinada em 2008, o gasto era de R$ 7,1 milhões. Após tanto tempo de interrupção, as obras foram retomadas com o estádio custando R$ 10.545.712,63. Deste total, R$ 7,75 milhões a cargo do governo federal, através do Ministério do Esporte. A contrapartida do município de Olinda subiu de quase R$ 1 milhão para R$ 2.795,712,63.
Além dos valores que mudaram, a data para a inauguração do estádio também segue sendo uma interrogação. Originalmente, era para ter ficado pronto em dezembro de 2012. Em setembro de 2013, a promessa da Prefeitura de Olinda era de entregar a obra entre março e abril de 2014, ou seja, ainda a tempo da Copa. E agora, qual o novo prazo? Depende de quem responder. A secretária de Obras de Olinda, Hilda Gomes, diz que a pretensão é inaugurar em janeiro de 2015. Já o secretário executivo, João Batista Cavalcanti Neto, é mais otimista. “A nossa meta, e isso é uma cobrança do prefeito, é entregar a obra até o fim do ano”, garante.
População descrente
Ouvindo relatos de moradores do entorno do estádio, percebe-se que os cidadãos da região não depositam muita fé na conclusão da construção. “Essa obra aí é só por que estamos em época de eleição. Não fazem nada além dessa arquibancada”, critica o motorista Jonas Silva, apontando para o lance de arquibancada em que os funcionários concentram o trabalho.“A obra só está sendo feita na arquibancada central e mais nada. E antes, quando recomeçou, tinha muito mais funcionário”, reforçou Raquel Gomes, assistente financeira.
O secretário executivo de obras, João Batista Cavalcanti Neto, compreende a desconfiança dos moradores, considerando que eles desconhecem todo o trâmite de uma obra deste porte. “Trata-se de um número de funcionários adequado para a etapa construtiva. Se tivesse mais gente na obra, muitos ficariam ociosos”, esclareceu, descartando qualquer possibilidade de a obra ser novamente interrompida. “Vamos entregar um estádio à altura que Olinda merece.”
Problemas que permanecem
Ao longo do tempo que a obra do estádio esteve parada, o abandono fez com que o local fosse utilizado como ponto de consumo de drogas e prostituição, além de roubos e vandalismos. A retomada da construção diminuiu a incidência dos problemas. Porém, de acordo com os moradores, não se extinguiram.
Um aposentado, que preferiu não se identificar, afirmou que a estrutura da arquibancada onde agora se concentra a obra continua sendo usada como local para uso de entorpecentes. Não há um muro que separe a obra da via pública. A ausência de seguranças em número suficiente para tomar conta de toda área aumenta a vulnerabilidade.
Secretário executivo de obras, João Batista tenta justificar. “Nós colocamos tapumes ao redor, mas o pessoal estava furtando. Mas já está planejada para se iniciar agora, no chamado período de verão, a construção do muro de fechamento.”
Outra crítica dos populares diz respeito ao canal que fica por trás do estádio. Tomado por mato e lixo, ele expõe os moradores a uma situação de insalubridade. Quando chove, piora tudo. “Basta alguns minutos de chuva para você não saber o que é rua ou maré”, queixa-se um cidadão.
“Com a abertura do verão agora, a gente vai poder executar uma grande ação para a limpeza do canal”, afirma o secretário. Que não se limita a essa promessa. “Não é só isso que está proposto. Pretendemos fazer o revestimento do canal, para que a gente tenha um canal que não tenha mais o problema de assoreamento. Existe um projeto junto à Secretaria de Planejamento. Estamos na fase de captação de recursos.”


Diario de Pernambuco

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