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domingo, 27 de março de 2016

ARTICULANDO PRA SALVAR DILMA

Lula trama para dividir o PMDB e salvar Dilma


Ex-presidente  articula com caciques do partido, a exemplo de Renan Calheiros, o esvaziamento de reunião do diretório nacional que vai ocorrer terça-feira
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conta com alguns caciques do PMDB, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o senador Jader Barbalho (PA) e o ex-senador José Sarney (AP) para tentar esvaziar a reunião do diretório nacional da legenda que deverá definir, na semana que vem, o desembarque do partido do governo. A estratégia é mostrar que o vice-presidente Michel Temer não tem a unanimidade ou a expressiva maioria do partido ao seu lado para apoiar a entrega dos cargos.
“A ordem é colocar um pé de cabra em cada possível fissura do PMDB para rachar o partido”, disse um interlocutor do partido.
O ex-presidente foi impedido pelo Supremo Tribunal Federal de exercer o cargo de chefe da Casa Civil do governo Dilma. A decisão foi proferida pelo ministro Gilmar Mendes dia 18. A Advocacia-Geral da União tenta reverter o quadro. Até lá, Lula segue dando as cartas como ministro informal.
O petista e seus aliados falharam na primeira missão da empreitada, que era conseguir o adiamento do diretório. Na noite de terça-feira passada, o senador Jader Barbalho ligou para Temer e ponderou que era melhor manter a data inicialmente marcada para o desembarque — 12 de abril, 30 dias depois da convenção nacional do partido que desenhou o rompimento. “Desse  jeito, evita-se um racha no partido”, afirmou o senador paraense.
Temer chegou a balançar diante da proposta. Não sucumbiu pela pressão dos deputados favoráveis ao rompimento e ao impeachment. “Falamos para eles que esse pessoal que não quer votar o desembarque agora não vai aprovar o rompimento também dia 12. Então, tanto faz. Que reunamos o diretório logo agora”, defendeu o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA).
“Esse Lula é mesmo arrogante. Desde a convenção, tinha gente querendo que o Renan batesse chapa conosco para mostrarmos que temos maioria no partido. Não acredito que eles ainda acham que conseguirão fracionar o PMDB”, disse um integrante da direção partidária ligado ao vice-presidente.
“Temer foi muito hábil. O rompimento iria acontecer na convenção. Seguramos e o governo dá um tapa na nossa cara nomeando Mauro Lopes para a Secretaria de Aviação Civil”, completou o peemedebista.
Esse “tapa na cara” está no pacote de ações de Lula para tentar desestabilizar o PMDB. Ele aposta nos diretórios de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pará (sob a batuta de Jader), Alagoas (tendo Renan à frente) e Maranhão/ Amapá (aos cuidados de Sarney) para tirar a representatividade da reunião da próxima terça-feira.
O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), está numa encruzilhada. Sabe que a maioria da bancada do estado deseja seguir pelo impeachment e o desembarque. Mas não tem como, neste momento, definir-se.
“Eu lutei para conseguir dois ministérios para a Câmara e tive o apoio do governo para me eleger líder. Não tenho como jogar isso fora agora”, disse ele, a uma pessoa próxima. Os dois ministros indicados por Picciani entenderam o recado.
O ministro de Ciência e Tecnologia, Celso Pansera, afirmou que não há justificativa jurídica para o impeachment e que, caso necessário, defenderá a permanência da presidente como deputado. “Significa que, se for necessário, voltarei para votar contra o impeachment”, afirmou, após o lançamento de plano de enfrentamento contra o Aedes aegypti e a microcefalia.
“Nós não devemos deixar o governo. Seria uma grande irresponsabilidade você ter ministros da importância como o Ministério da Saúde, de Minas e Energia, Agricultura e, num momento de crise tão aguda como essa, a gente esvaziar as pastas. E os mais de mil cargos que o PMDB exerce no governo? Como é que farão? Irão esvaziar também?”, questionou.
Já o ministro da Saúde, Marcelo Castro, não adiantou se deixaria ou não o cargo para votar contra o impeachment, mas reforçou que não acredita no afastamento. “O mandato dela (da presidente Dilma Rousseff) foi dado diretamente pelo povo brasileiro e tem dia e hora para começar e dia e hora para terminar”, defendeu.
Para Lúcio Vieira Lima, não há como, neste momento, exercer uma pressão sobre os ministros do PMDB. “Eles são empregados e têm um empregador (a presidente Dilma). Mas acreditamos que, na medida em que o partido decidir pelo desembarque, eles não vão querer ficar de costas para a pressão das ruas”, apostou Lúcio. 

Da redação com Estado de Minas

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