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quinta-feira, 27 de outubro de 2016

MORTE DO PROCURADOR

MPF: Rosendo era único interessado na morte de Thiago


No quarto e último dia de julgamento do assassinato do promotor de Itaíba, Thiago Faria Soares, o Ministério Público Federal (MPF) deu início à fase de debates, na manhã desta quinta-feira (27). Quem falou em nome do órgão foi o procurador federal Bruno Costa Magalhães. Ele enfatizou que o único interessado na morte da vítima era o réu José Maria Pedro Rosendo Barbosa, apontado como o mandante do crime.
Durante a exposição, a noiva do promotor, Mysheva Martins, passou mal e se retirou do local. Ela foi atendida e passa bem, retornando depois para acompanhar o julgamento. A mãe da vítima, Maria do Carmo Faria, se emocionou em alguns momentos e, em outros, abraçou o outro filho, Daniel, irmão de Thiago.
O procurador explicou que todas as outras linhas de investigação foram examinadas e posteriormente descartadas pela Polícia Civil e, em seguida, pela Federal, que concluiu a apuração do homicídio ocorrido em 14 de outubro de 2013.
De acordo com o procurador, Thiago Faria atuou de maneira incisiva na imissão de posse da Fazenda Nova, onde Zé Maria morava e que foi desapropriada em favor de Mysheva, que arrematou em leilão 25 hectares da fazenda, incluindo a casa-sede. "Ele ajudou a noiva dentro da legalidade. A motivação do crime foi essa", frisou Bruno Magalhães.
Segundo ele, a situação teria se agravado ainda mais quando o promotor encabeçou uma ação de remoção de inventariante, para retirar da função Carlos Ubirajara, cunhado de Zé Maria, que administrava os outros 1.775 hectares da Fazenda Nova. "Essa ação foi proposta em 2013 e foi a gota d'água", declarou.
Além disso, o procurador federal reforçou que Thiago Faria havia dito à esposa de Zé Maria que, quando tirasse férias na promotoria de Águas Belas, desengavetaria processos contra o marido dela.
A acusação ainda se debruçou a explicar que Mysheva não teria razão para matar o noivo às vésperas do matrimônio. "Mysheva rigorosamente não tem direito à pensão, pelo pouco tempo deles juntos. Se ela quisesse pensão, ela esperaria três semanas para se casar com ele e aí a pensão seria automática", observou.
O MPF ainda lembrou que o crime contra o promotor foi um crime contra o Estado brasileiro. "Há três anos, esperamos esse momento de cobrar a conta dos que se colocaram como senhores da vida e da morte. Ele (Zé Maria) atuou intempestivamente para resolver a questão no bico da pistola", afirmou.
A acusação tem três horas para se pronunciar. O mesmo tempo será dado, em seguida, à defesa. Depois, serão duas horas para a réplica e mais duas para a tréplica. A previsão é que o veredito dos três réus seja proferido na madrugada de quinta (27) para sexta-feira (28).
Ao fim dessa fase, os jurados se reúnem em um conselho de sentença, no qual devem preencher um formulário de perguntas. Nesse questionário, eles respondem se os réus devem ou não ser condenados e qual a participação de cada um no crime, se considerarem os acusados culpados. Caso as respostas sejam favoráveis à condenação, a juíza vai calcular a pena que os réus deverão cumprir.


Do G1/PE

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