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sexta-feira, 17 de março de 2017

PROTESTO SILENCIOSO

E agora?

Manifestante protesta na av. Paulista em dezembro de 2016. MIGUEL SCHINCARIOL AFP


É necessário e urgente uma reforma política que acabe com essa dezenas de partidos, que na maioria das vezes servem apenas para se venderem à melhor oferta

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entregou a caixa da Pandora com os nomes de centenas de políticos contra os quais pede a abertura de processo criminal por corrupção. Embora ainda não saibamos oficialmente seus nomes, não é difícil adivinhar que o furacão irá sacudir todos os partidos e a todas as ideologias.
A sociedade brasileira, como no filme de Pedro Almodóvar, está “à beira de um ataque de nervos” e se pergunta, entre envergonhada e incrédula: “E agora?”.
Como ocorreu na Itália em 1992 com a chamada operação Tangentopoli [tangente em italiano significa suborno] — um caso de corrupção político-empresarial com muitas semelhanças com a situação atual do Brasil, que levou à prisão de 800 pessoas e varreu os grandes partidos da República —, as forças políticas brasileiras estão se organizando na tentativa de se salvarem do dilúvio.
Na Itália eles conseguiram, com uma série de leis do Congresso, paralisar a ação regeneradora dirigida pelo juiz Antonio Di Pietro. E deram um jeito de aprovar uma espécie de indulto aos condenados.
O resultado final não foi dos melhores, já que o desaparecimento dos políticos e dos partidos afundados pela corrupção deu margem à ascensão do bilionário Silvio Berlusconi, que acabou governando por 20 anos, deixou uma herança que os italianos chamam de “maldita” e ainda tem assuntos pendentes com a Justiça.

El País - Juan Arias

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