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terça-feira, 6 de junho de 2017

CONTINUAM SOLTOS

Abreu e Lima: 24 internos continuam foragidos

Informação inicial de que jovens teriam se aproveitado da desativação de uma guarita na área que teve muro arrombado dá lugar à de que duas das quatro guaritas da unidade estavam desguarnecidas de PMs

A Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) informou às 20h46 que foram recapturados apenas 11 dos 35 internos do Centro de Atendimento Socioeducativo de Abreu e Lima (Case Abreu e Lima) que fugiram na madrugada desta segunda-feira. Escaparam praticamente 20% dos internos num incidente que deixou ainda outros dois mortos e dois com ferimentos leves, socorridos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Jardim Paulista, no vizinho município de Paulista. A Funase acrescentou que tinha 23 agentes sócio-educativos de plantão, mas as guaritas da unidade estavam desguarnecidas de PMs.
Segundo a Funase, o Case Abreu e Lima tem quatro guaritas, que são de responsabilidade da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE), mas apenas duas delas têm sido guarnecidas com PMs. A reportagem do Diario de Pernambuco solicitou posicionamento da PMPE e, às 22h03, foi enviada a seguinte nota: “A Polícia Militar informa que existe câmera na área das demais guaritas, que são monitoradas por agentes penitenciários. O entorno da unidade é guarnecido por viaturas que fazem rondas ostensivas”.
O incidente que resultou na fuga começou por volta de 1 hora da madrugada. Parte dos internos incendiaram uma área dentro da unidade. Os 23 agentes socioeducativos que trabalham diretamente com os adolescentes não conseguiram controlar a situação. Em meio à confusão que se torna comum nessas situações, internos acabaram arrancando barras de ferro que, segundo a Funase, foram utilizadas para quebrar o muro de proteção próximo de uma das guaritas desguarnecidas de policiais militares que deveriam fazer a vigilância da unidade.
PMs do Grupamento de Apoio Tático Itinerante (Gati) e da Rádio Patrulha e um helicóptero da Secretaria de Defesa Social, além do Corpo de Bombeiros atuaram na ocorrência. O tumulto foi contido com a chegada do Batalhão de Choque. Dois internos que não tiveram nomes e idades informados acabaram mortos mortos em circunstâncias que serão apuradas pela Polícia e por sindicância da Corregedoria da Funase. Os corpos das vítimas foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML).
A Funase contabiliza apenas 11 adolescentes recapturados nas redondezas do Case Abreu e Lima. Não há informação do tipo de ato infracional praticado pelos internos ainda foragidos, que caso não sejam recapturados pela PMPE ficarão a cargo de decisão da Justiça, por meio de mandados de busca e apreensão.
O Case Abreu e Lima abrigava 178 jovens, praticamente 82% a mais que sua capacidade, de 98 internos. Embora a faixa etária prevista seja de 16 a 17 anos e 5 meses, pode haver internos com mais idade a depender do cumprimento da medida socioeducativa determinada pela Justiça, que é reavaliada a cada seis meses.
As áreas internas do Case Abreu e Lima são controladas por um sistema de videomonitoramento e um efetivo de 23 agentes socioeducativos que trabalham diretamente com os adolescentes infratores e não têm autorização para uso de arma letal ou não letal . No próximo dia 19, a esse efetivo se juntarão mais 33 agentes convocados recentemente.
A distribuição dos internos na unidade não é feita com base na infração, mas por faixa etária. Mas, esclarece a Funase: “O Case Abreu e Lima é uma unidade de internação, e a internação é a medida socioeducativa aplicada às infrações mais gravosas, para as demais há a Semiliberdade, a Liberdade assistida e a prestação de serviço à comunidade”.
A diretora-presidenta da Funase, Nadja Alencar, a diretora geral da política de atendimento, Iris Borges, e representante da gerência de segurança, estiveram no Case Abreu e Lima para tomar todas as providências necessárias. A Funase informa que todo apoio está sendo dado às famílias das vítimas, incluindo acompanhamento psicológico e social, além da cobertura dos custos com o funeral. Ainda segundo a fundação, o clima no Case Abreu e Lima foi tranquilo durante o domingo, quando ocorreu normalmente a visita de familiares.

Diario de Pernambuco - Osnaldo Moraes

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