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segunda-feira, 26 de junho de 2017

NÁUTICO - A VOLTA PARA OS AFLITOS

Orçamento, prazo e modernização: a volta do Náutico aos Aflitos começa a se materializar

Processo de recuperação com o implante de um novo gramado deve ser concluído nos próximos 90 dias

Reportagem esteve no estádio durante a semana e encontrou um cenário diferente da última visita, que era de completo abandono com a casa do Timbu


Trata-se de uma obsessão de dez entre dez torcedores do Náutico: retornar para casa. Ver reaberto o estádio dos Aflitos para ontem, possível fosse. Agonizando em meio à intensa disputa política, o clube sofre com os maus resultados em campo. É lanterna da Série B. Difícil dizer se as arquibancadas vazias da Arena de Pernambuco são uma consequência do mau futebol ou se as últimas apresentações, pífias, têm alguma relação com o eco que invade as cadeiras, carentes da massa timbu. Solitário, a 18 quilômetros de distância para o moderno estádio em São Lourenço da Mata, os Aflitos, recém-centenário, aninversário sem direito a sopro de velas, aguarda paciente o momento de renascer. 

No último mês de abril, o Eládio de Barros Carvalho completou 100 anos de existência. Um ícone do futebol pernambucano, onde foram realizadas mais de três mil partidas, segundo dados do pesquisador Carlos Celso Cordeiro, falecido em 2016. E olhe que 41% dos jogos não teve o Náutico em campo, foram compromissos dos rivais. Passando uma régua no cenário histórico, uma comissão foi criada há um ano para cuidar da eterna casa alvirrubra, que não recebe jogos oficiais em campeonatos desde 27 de maio de 2014, quando o Timbu enfrentou o Avaí pela Série B - já sob a campanha da torcida a fim de voltar para casa.

Por enquanto, o cenário atual dos Aflitos é de desolaçãoembora não mais de abandono - como era meses atrás. Com salários atrasados em quatro meses, os funcionários já não se obrigam a ter tanto zelo. A reportagem do Superesportes flagrou o lixo se acumulando pelos cantos. Os banheiros, aguardando reforma, estão imundos. Os focos de entulhos (com cadeiras e ferros do antigo alambrado, por exemplo), porém, indicam um alento: o que era velho está virando lixo. Abrindo espaço para o novo, o moderno.

Otimismo

Atual presidente da comissão paritária, composta por seis membros indicados pelo executivo e outros seis do Conselho Deliberativo, o advogado Luiz Filipe Figueirêdo acredita que o Náutico possa voltar a mandar jogos nos Aflitos novamente a partir do Brasileiro de 2018. Para tanto, estima-se um investimento que gira em torno de R$ 4 milhões. Atualmente, o clube possui R$ 1 milhão em mãos - fruto de receitas de cotas de televisão destinadas à reforma. Para conseguir o restante, muitas parcerias estão sendo costuradas e outras estratégias para contar com o apoio do torcedor estão sendo preparadas.

“Os recursos vão vir de dois caminhos: um é o autofinanciamento, através de campanhas junto a torcedores. A outra é através de recurso externos, com empresas que têm interesse em fazer a transmissão do primeiro jogo da volta aos Aflitos, por exemplo. É algo que chama muita atenção. Há empresas que querem fazer um grande evento, não só envolvendo a área interna, mas também externa ao campo. Naming rightsconsumer rights, tudo isso está no planejamento. Além de campanhas para o torcedor participar, como coisas mais simples, como a venda das cadeiras antigas como relíquias, por exemplo, passando por campanhas mais arrojadas que lançaremos em breve”, detalhou Luiz Filipe.

Luiz Filipe Figueirêdo, presidente da comissão paritária, mostrou-se otimista com obras

Andamento da reforma


GramadoNo início deste mês, o Náutico confirmou a compra de 9 mil metros quadrados de grama. O tipo escolhido foi a Bermuda Celebration, a mesma da Arena de Pernambuco. O investimento foi de R$ 69,3 mil. Sob a supervisão do conselheiro e engenheiro agrônomo Peter Halasz Gati, o clube está matando o antigo gramado com aplicações de herbicidas - por isso, o aspecto feio do piso, algo normal, parte do processo de recuperação. O prazo estimado para que a nova grama seja colocada é de 90 dias, tempo para o rebaixamento do campo. Antes da grama, será colocada uma camada superficial de terra vegetal, uma camada intermediária com areia e uma terceira camada, mais profunda, com brita. Na sequência, será implantado o sistema de irrigação embutido.

Alambrado e traves

Nas últimas semanas, a comissão paritária anunciou a compra das traves e redes para o estádio. Tanto que, quando o Superesportes esteve nos Aflitos, nesta semana, encontrou alguns funcionários trabalhando para desenterrar a base de concreto das antigas traves. Sobre os novos alambrados, o clube negocia duas possibilidades. “Recebemos uma empresa especializada e estamos decidindo se será de vidro, como o Orlando Scarpelli, ou se vamos utilizar o modelo de grade como fez o Flamengo na Ilha Governador”, disse Luiz Filipe Figueirêdo.

Parte estrutural

A maior parte dos custos para o retorno aos Aflitos diz respeito às partes estrutural, hidráulica e elétrica. Todos os antigos refletores precisarão ser trocados, bem como praticamente toda a parte elétrica. Reformas nos vestiários (local, visitante e árbitro), nos banheiros, bares, sala de imprensa e bancos de reservas estão no projeto. “Não adianta o torcedor achar que a gente vai fazer uma reforma assodada. A gente quer muito voltar, pode ter certeza, mas queremos voltar de forma estruturada. Isso passa por um projeto bem elaborado. Precisamos ampliar saídas para atender as licenças, mas queremos ampliar de forma que possamos explorar comercialmente”, ressaltou o presidente da comissão paritária.
Campanhas
O clube não especifica quantas, mas poucas foram as as antigas cadeiras que compunham as arquibancadas dos Aflitos vendidas. As 1.700 peças, comercializadas como “relíquias”, custam R$ 600 e seguem à disposição do torcedor com a finalidade de custear a reforma. Também foi lançado o programa “Amigo dos Aflitos”, para os sócios. “Funciona assim: o torcedor que quiser antecipar dez anos de mensalidade de sócio, pode fazer dividindo em até 12 vezes. O sócio paga hoje R$ 65 ao mês. Contando dez anos, sem contar qualquer tipo reajuste, pagaria R$ 7.800 ao longo da década. Se aderir ao programa, ele pagará R$ 6 mil, economizando R$ 1.800”, disse Luiz Felipe.
Diario de Pernambuco

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