PODEMOS ACABAR SEM PUNIÇÃO PARA CASOS DE CORRUPÇÃO, DIZ PROCURADOR
PARA LIMA, UM DOS PRINCIPAIS DESAFIOS QUE A LAVA JATO ENFRENTA NESSE MOMENTO É UMA SENSAÇÃO DE INDIGNAÇÃO QUE PODE CRESCER NA POPULAÇÃO CASO AS DESCOBERTAS DAS INVESTIGAÇÕES NÃO GEREM PUNIÇÕES FOTO: RODOLFO BUHNER/ ESTADÃO
PARA CARLOS FERNANDO, A REFORMA POLÍTICA NÃO RESOLVE O PROBLEMA
“Precisamos combater as causas da corrupção no Brasil. No setor público, elas estão ligadas a um sistema eleitoral extremamente caro e que exige, para se financiar, recursos obtidos ilicitamente”, disse Lima. “A resposta dos deputados agora é dinheiro público através de um fundo. Numa democracia consolidada, acho que até caberia discutir isso. Mas atualmente é incompatível com a situação que o Brasil está.”
O procurador criticou ainda o distritão, que está sendo debatido no Congresso no âmbito da reforma política, argumentando que tem objetivo de manter as elites partidárias no comando. Essas propostas seriam a prova da resistência da classe política à tentativa de mudança do sistema.
De acordo com Lima, um dos principais desafios que a Lava Jato enfrenta nesse momento é uma sensação de indignação que pode crescer na população caso as descobertas das investigações não gerem punições. “Imagine como ficaria a população se fosse aprovada uma lei de anistia?”, questiona, ponderando que seria uma “solução ineficaz” contra a corrupção e se assemelharia ao que aconteceu na Itália após a operação Mãos Limpas, que inspirou a Lava Jato.
Lima participou do 4º Fórum de Compliance, promovido pela Câmara Americana de Comércio Brasil Estados Unidos (Amcham), em São Paulo.
(AE)
Nenhum comentário:
Postar um comentário