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sexta-feira, 8 de setembro de 2017

GRAVAÇÕES DA LAVA JATO

As gravações que marcaram a Lava Jato e as suas consequências

Na imagem acima, os protagonistas dos hits da Lava Jato estrelam capas marcantes da música brasileira e mundial (///)

Novo áudio de Joesley Batista, que pode comprometer o futuro dos acordos de colaboração da JBS, entrou para a galeria de grandes sucessos da operação


Era o plano quase perfeito. Joesley Batista gravou o presidente da República e um dos mais influentes senadores do país, segundo colocado nas eleições presidenciais de 2014, em diálogos comprometedores. Ele tinha pego “o [poder] Executivo”. Mesmo que não pegasse “o [poder] Judiciário”, como agora se sabe que era a sua pretensão, já tinha o suficiente para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) aceitasse a sua delação e lhe concedesse imunidade total, sem sofrer qualquer tipo de novo processo.
A ironia do destino é que o recurso que garantiu a Joesley benefícios que nenhum delator obteve foi, justamente, o que pode derrubá-lo. Uma gravação, entregue junto com a complementação da sua delação, mostrou ao Brasil o empresário e Ricardo Saud, diretor de Relações Institucionais da JBS, em uma conversa cheia de planos pouco republicanos para se livrar da Justiça. O principal é a insinuação de que Marcelo Miller, ex-procurador e hoje advogado, que atuou no escritório responsável pela leniência da empresa, tenha ajudado os delatores quando ainda estava nas fileiras do Ministério Público, um crime não confessado na delação.
Essa é apenas mais uma vez em que a Operação Lava Jato é revirada do dia para a noite por uma gravação bombástica. Nesta discoteca, hits de sucesso revelam os detalhes sórdidos da vida política do Brasil, extraídos por recursos variados, de grampos até gravadores estrategicamente escondidos. A tecla rec já foi apertada tantas vezes que foi difícil selecionar quais faixas ganharam um espaço no álbum de grandes sucessos dos três anos da maior investigação contra a corrupção da história do país. São áudios que contêm os mais diversos tópicos, de fugas em barcos pela América do Sul até sangrias estancadas, passando por termos de posse enviados e pelo aviso: “Tem que manter isso aí, viu?”. A seleção você acompanha ao longo desta reportagem.
Com as últimas flechas do procurador-geral Rodrigo Janot, que pretende levar nomes como o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT, ao banco dos réus mais algumas vezes, o resultado final é que todos os áudios abaixo resultaram em investigações criminais em andamento na Justiça. Como isso vai acabar é difícil prever, mas já é possível dizer que, a partir da Lava Jato, a preocupação dos políticos brasileiros com possíveis áudios indesejados aumentou consideravelmente. O maior exemplo é o próprio presidente Michel Temer(PMDB): em seu escritório, um bloqueador de celular distorce gravações. Tem tudo para virar hit.

Faixa 1 – “Tem que ir embora”, por Delcídio do Amaral, Bernardo Cerveró & Edson Ribeiro

Em 21 de novembro de 2015, o então senador Delcídio do Amaral, na época filiado ao PT e líder do governo da presidente Dilma Rousseff, acordou com a visita indesejável da Polícia Federal. Uma gravação, feita por Bernardo Cerveró, mostra Delcídio em uma conversa com o advogado Edson Ribeiro e seu chefe de gabinete, Diogo Ferreira. Era uma combinação para evitar a delação premiada do pai de Bernardo, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. O áudio justificou um pedido de prisão em flagrante contra o ex-senador.
Em uma hora e trinta e cinco minutos de conversa, os quatro tratam de diversas formas pelas quais Nestor poderia ser preservado da Justiça, desde fugir em um barco, como é possível ler e ouvir abaixo, até fazer uma delação fake, em que o então senador não fosse citado. Como recompensa, o político garantiria o futuro da família Cerveró: 50.000 reais de mesada, fora um acerto para que o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, desse outros quatro milhões. Esteves também chegou a ser preso por causa da gravação.
Veja.com

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