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terça-feira, 26 de setembro de 2017

TENTANDO DELATAR

Geddel tenta delatar, mas Funaro já disse quase tudo

Funaro já revelou muita coisa, o que dificulta acordo


Há preocupação na cúpula do governo com Geddel Vieira Lima, mas também é feita a avaliação de que uma eventual delação do ex-ministro não sairia da noite para o dia.
O Palácio do Planalto tem informações de que Geddel está tentando negociar uma delação premiada. Mas são tratativas ainda em caráter incipiente. Dificilmente, se for feito um acordo, ele será oficializado a tempo de influir politicamente na votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer que será analisada pela Câmara.
Aliás, essa eventual delação teria de fundamentar uma nova acusação. No entanto, vazamentos do que Geddel poderia dizer causariam algum estrago numa casa política como a Câmara.
Há complicadores para que essa eventual delação prospere. O primeiro obstáculo é que muitos fatos já foram revelados pelo doleiro Lúcio Funaro. Isso teria tirado munição de Geddel.
Haveria ainda concorrência com a de outro personagem da antiga cúpula do PMDB: o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. Na gestão de Rodrigo Janot, fracassou uma negociação de delação apresentada por Cunha. O ex-presidente da Câmara inclusive faz acusação grave contra a adminstração de Janot na Procuradoria Geral da República.
Cunha diz que fatos da delação dele foram usados no acordo de Funaro. É possível que isso tenha acontecido porque eles praticaram crimes juntos. Logo, o doleiro teria também ciência desses fatos. Mas Cunha sugere que foram utilizados trechos da proposta de acordo dele e dos quais Funaro não teria conhecimento. Essa acusação de Cunha deve ser vista com cautela, mas merece ser investigada em face do aconteceu no caso JBS.
Há, portanto, um conjunto de fatores que joga contra a viabilidade de uma delação de Geddel Vieira Lima, que teria de fazer revelações bombásticas para justificar benefícios para quem teve R$ 51 milhões apreendidos num apartamento em Salvador. Para complicar, não parece que Raquel Dodge esteja disposta a agir do mesmo modo que Janot. Ela tende a ser mais rigorosa no fechamento desses acordos de colaboração premiada.

Kennedy Alencar

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