Juiz decreta prisão de Nuzman por tempo indeterminado
Nuzman é apontado como o cabeça do esquema que elegeu o Rio como sede das OIimpíadasFoto: AFP
Medida foi tomada por Marcelo Bretas, que converteu prisão temporária do dirigente em preventiva
Bretas entendeu que ambos ainda podem interferir nas investigações sobre a suposta compra de votos na eleição do COI (Comitê Olímpico Internacional) que escolheu o Rio como sede da Olimpíada de 2016.
O caso de Nuzman foi considerado mais grave em razão do e-mail em que o dirigente determina o pagamento R$ 5,5 milhões com recursos do comitê organizador da Rio-16 a um escritório de advocacia para sua defesa criminal.
"O investigado ocupa a presidência do COB há mais de 20 anos, exercendo grande poder e influência sobre seus integrantes, provavelmente, a maioria lá colocada por ele. Tal influência ficou clara com a situação anteriormente exposta em que bastou um e-mail de Nuzman para efetivar o pagamento de R$ 5.500.000,00 (cinco milhões e quinhentos mil reais) para a prestação de serviços advocatícios", escreveu Bretas.
Embora o e-mail indique emissão de nota fiscal para o serviço e aprovação para o pagamento, a assessoria do Comitê Rio-16 afirma que o pagamento não foi feito. Segundo o órgão, houve veto do Cnselho Diretor, que determinou o cancelamento da nota fiscal.
O comitê organizador da Rio-2016 acumula mais de R$ 110 milhões em dívidas fornecedores. A prisão encerrou as negociações do COI para ajudar na quitação dos débitos.
Gryner teve a prisão temporária renovada porque a Polícia Federal ainda não conseguiu acessar o e-mail da ex-secretária de Nuzman, Maria Celeste, para quem o senegalês Papa Massata Diack enviou mensagens cobrando a suposta propina. O magistrado entendeu que até a disponibilização dessas mensagens, há risco à investigação. A defesa de Nuzman não se pronunciou até a publicação desta nota.
Os advogados de Gryner afirmaram, em petição à Justiça Federal, que seu cliente já se desligou dos "comitês relacionados à Olimpíada Rio-2016, não havendo, portanto, qualquer relação atual com o COB". "Assim, não há como afirmar que ele possui qualquer ingerência sobre as contas de e-mail", diz a petição.
Folhapress
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