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segunda-feira, 6 de novembro de 2017

EMBAIXADOR AFASTADO

Itamaraty afasta embaixador acusado de assédio

Embaixador Souza Gomes responde a procedimento disciplinar.
Assédio na FAO

Por determinação do chanceler Aloysio Nunes, o Ministério das Relações Exteriores instaurou um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) contra o embaixador João Carlos Souza Gomes, chefe da Delegação Permanente do Brasil na FAO, organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, com sede em Roma. Ele é acusado de assédio sexual contra diplomatas subordinadas, e um dos casos teria sido documentado por gravação, segundo fonte do governo.
A identidade do acusado foi confirmada por alta fonte do Itamaraty. A denúncia é considerada tão “robusta” que o embaixador João Carlos Souza Gomes está afastado de suas funções: foi chamado ao Brasil “a serviço”. Encontra-se no Rio de Janeiro.
A denúncia contra o diplomata foi detalhada em relatório enviado pelas vítimas ao Ministério das Relações Exteriores, levando o corregedor Márcio Araújo Lage a constituir uma comissão para investigar o caso no último dia 26. João Carlos Souza Gomes foi designado ao cargo pelo presidente Michel Temer há um ano, em outubro de 2016, e a denúncia ocorre a poucos dias de o acusado completar 69 anos, no próximo dia 16.
A missão brasileira da FAO é composta pelo chefe, agora afastado, o vice-representante, ministro conselheiro Antonio Otávio Sá Ricarte, e por quatro jovens segundo-secretárias da carreira diplomática: Roberta Lima Ferreira, Gianina Lima Pozzebon, Larissa Maria Lima Costa e Fernanda Mansur Tansini. Também compõem a delegação o conselheiro Saulo Arantes Ceolin, a jovem oficial de chancelaria Maria Helena L. Zeredo e seu colega Sergio P. Abramovici. Há ainda sete funcionários administrativos, incluindo três secretárias.
Diplomatas relatam outros casos de suposto assédio envolvendo o mesmo diplomata, inclusive quando ele foi embaixador do Brasil em Montevidéu, mas não há provas, tampouco condenação após o devido processo administrativo disciplinar. O Diário do Poder não conseguiu encontrar o embaixador para oferecer a ele a oportunidade de apresentar sua defesa, mas o espaço para isso permanece aberto. Oficialmente, o Itamaraty não se manifesta, alegando que a investigação é sigilosa.
O Ministério das Relações Exteriores costuma ser leniente em casos de assédio. O embaixador Américo Dyott Fontenelle, por exemplo, respondeu a PADs por assédio quando chefiou o consulado do Brasil em Toronto, no Canadá, e ao repetir o comportamento ocupando o mesmo posto em Sidney, Austrália. Após uma punição considerada amena, ele já foi designado pelo presidente Michel Temer para um novo posto: cônsul-geral em Ciudad Del este, Paraguai.

Blog Diário do Poder

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