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sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

ASSALTO COM REFÉM

Tentativa de assalto no Ceasa tem reféns e feridos

                              Centro de Abastecimento Alimentar de Pernambuco (Ceasa/PE)                                                                           Foto: Maurício Ferry/ Arquivo Folha de Pernambuco


Dois homens saíram do banco levando dois reféns; as vítimas foram liberadas minutos depois, e os bandidos fugiram

Duas ficaram feridas e três foram presas após um assalto a uma agência do Santander que fica dentro do Centro de Abastecimento Alimentar de Pernambuco (Ceasa), no km 70 da BR 101 Sul, no bairro do Curado, Zona Oeste do Recife. O crime aconteceu na tarde desta quinta-feira (21). De acordo com a Polícia Militar de Pernambuco (PMPE), um dos feridos é um assaltante; o outro, um vigilante do centro, atingido com dois tiros na cabeça. Dois funcionários do banco foram feitos reféns, um deles, de acordo com o Sindicato dos Bancários, é o gerente da agência.

Segundo informações iniciais, um dos vigilantes da Ceasa teria morrido durante a investida criminosa. No entanto, o Sindicato dos Bancários, às 20h, informou que apenas um assaltante e um vigilante ficaram feridos. 

Os assaltantes usavam fardamento da Polícia Civil no momento do crime. De acordo com informações confirmadas pelo Ceasa, uma parte do grupo de criminosos entrou na agência por volta das 16h20 e praticou o roubo. 

Segundo a PM, a quantia recuperada foi de R$ 137.242,00. Foram apreendidos também duas pistolas, dois revólveres de calibre 38, três coletes balísticos, um uniforme da Polícia Civil, um gorro do estilo ninja e cinco sacos que para guardar o dinheiro. Um dos suspeitos conseguiu fugir em uma moto roubada em direção ao Campo do Arroz, em Jardim São Paulo, Zona Oeste do Recife. A PM faz buscas no local.
Depois, quando viram que estavam cercados, dois homens saíram do banco levando dois reféns. As vítimas foram liberadas minutos depois, e os bandidos fugiram em um Volkswagen Voyage de cor prata com placa clonada, “cantando pneus e atirando para cima”, conforme testemunhas. A essa altura, policiais militares já tentavam conter o grupo.
“A polícia e a nossa segurança os cercaram. No momento em que os suspeitos saíram do banco, eles saíram atirando de dentro de um carro em alta velocidade para assustar alguma interceptação. Nossos vigilantes estavam a postos e eles [os suspeitos], de forma covarde, atiraram em um de nossos vigilantes. Agora, estão presos”, relatou o presidente da Ceasa, Gustavo Melo, acrescentando que, nesta época do ano, 60 mil pessoas visitam o local todos os dias, mas que, na hora do ocorrido, havia bem menos frequentadores porque já se aproximava o fim do expediente, às 18h.
O vigilante alvejado foi identificado como Gabriel da Silva, de 35 anos. De acordo com o Hospital da Restauração (HR), seu estado de saúde é grave. Ele foi socorrido por populares e inicialmente encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) dos Torrões, na mesma região da Cidade, mas foi transferido para o (HR), no Derby, área central do Recife, devido a gravidade dos ferimentos.
OusadiaNa visão do presidente do Ceasa, os criminosos ou foram ousados ou tinham desconhecimento do esquema de segurança do local. “Na frente do banco, temos um posto da polícia e nossa sala de segurança. Logo que o assalto foi percebido, foram cercados”, relatou, acrescentando que o Ceasa conta com 130 vigilantes, mas recebe um reforço de 60 homens por turno ao longo de dezembro, quando mais pessoas costumam frequentar o local.

De acordo com o secretário jurídico do Sindicato dos Bancários, João Rufino, este foi o 25º assalto deste ano. Somente em 2017, foram registradas 190 ocorrências entre assaltos, sequestros e explosões a agências bancárias e a carros fortes. “Essa é a ocorrência mais violenta que houve este ano em termos de assalto, pois tivemos duas pessoas gravemente feridas", comentou.

Em nota, o Santander confirmou o roubo ocorrido na agência localizada dentro Ceasa e informou que está colaborando com as investigações policiais.
Acusação
Um comerciante diz ter sido confundido com assaltantes durante a tentativa de assalto. F.C.V, de 42 anos, é vendedor autônomo e conta que, por estar correndo para se proteger no momento em que houve a troca de tiros, foi detido como suspeito de estar participando do crime.

"Quando ouvi o tiroteio, eu me deitei no chão e esperei. Os policiais chegaram gritando e, nesse momento, ninguém sabia quem era policial porque os assaltantes estavam vestidos com roupa da polícia”, relatou F.C.V, que foi levado para o Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), no bairro de Afogados, no Recife, para prestar depoimento. O comerciante disse que vende almoço e costuma comprar todas as terças e quintas milho no centro.

“Quando me dei conta, eu estava sendo algemado. (...) Os policiais disseram que eu estava no meio [com os criminosos]. Eles erraram, não quiseram nem ver meus documentos”, completou F.C.V, que teve seus óculos quebrados durante a apreensão. “Eu cheguei a ser agredido, mas não consegui ver por quem foi”. 

Ainda segundo Francisco, outras duas pessoas também foram confundidas pelos policiais, entre elas um taxista e outro comerciante de galinhas. “Eu nunca passei por uma situação dessas. Agora os policiais, querendo mostrar serviço, pegou a pessoa errada e mais dois. Um taxista e outro de camisa amarela que está com o carro cheio de galinhas”, contou.

"Meu amigo não tem nada a ver e foi preso como suspeito. O carro dele está até carregado [de compras]. Ele vai a Ceasa para fazer compras porque ele vende almoço todos. O carro dele permanece dentro da Ceasa com mercadorias", defendeu o amigo de F.C.V., também comerciante. 

Após depoimento, F. C. V. foi liberado. Procurado pela reportagem, o gestor do Depatri, Vinícius Notari, não quis se pronunciar.



FolhaPE

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