Os ensinamentos japoneses de Nelsinho
Nelsinho Baptista Foto: Marcos Pastich/Arquivo Folha
De volta ao Sport, técnico que dedicou 14 anos ao futebol japonês revela aprendizados com asiáticos
Num comparativo histórico, o futebol japonês ainda engatinha. O grande "boom" aconteceu no início dos anos 1990, quando os dirigentes daquele país contrataram jogadores brasileiros famosos como Zico e Dunga para divulgar o futebol e incentivar a população a olhar para os gramados com mais carinho. A Copa do Mundo de 2002, realizada em parceria com a Coréia do Sul, foi outro ponto importante na trajetória nipônica. Acompanhando todo esse processo, Nelsinho comentou uma das diferenças entre Brasil e Japão dentro das quatro linhas. "Há muita evolução lá (no Japão), mas claro que existem diferenças. Por exemplo, no futebol japonês temos que trabalhar mais taticamente devido ao nível técnico dos atletas. Tem que ter sempre variações para ajudar o atleta e o time a se desenvolverem. E o técnico só pode ajudar no plano tático", explicou.
Em 2013, empolgado com o que via, Nelsinho chegou a declarar que o Japão tinha boas possibilidades de ir longe na Copa do Mundo 2014, no Brasil. Porém, a equipe japonesa foi a última colocada no seu grupo, inclusive sendo derrotada por 2x1 na estreia contra a Costa do Marfim, na Arena de Pernambuco. Sobre a forma como ainda enxerga o futebol, o treinador não rabiscou muito sobre o tema e foi direto. "Ainda mantenho como base o 4-4-2. Mas ele pode se transformar num 4-3-3, num 4-2-3-1 ou um 4-5-1. Tudo é colocado em treinamento porque hoje os jogadores têm capacidade de realizar esse trabalho", explicou. Por último, falou sobre a sua despedida da Ásia. "Fui muito feliz no Japão, não só no futebol como na convivência com as pessoas e com a cultura local, mas era a hora. Conquistei títulos, acessos, amigos e tenho a certeza que aproveitei de tudo um pouco que o Japão me deu", afirmou.
FolhaPE
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