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domingo, 18 de março de 2018

SOBRINHO DE ALCKMIN INVESTIGADO

Presidente de consórcio sob suspeita é filho de Adhemar Ribeiro, arrecadador do PSDB


Ministério Público de São Paulo decidiu investigar a suspeita de beneficiamento ao sobrinho do governador Geraldo Alckmin, Othon César Ribeiro, na concessão de cinco aeroportos do interior do estado. O caso foi revelado ontem pela revista “Época”. Na próxima segunda-feira, o órgão decide se a apuração fica com a Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ) — que detém a prerrogativa de investigar o governador — ou com a Promotoria do Patrimônio Público e Social.
Othon é filho de Adhemar César Ribeiro, cunhado do pré-candidato do PSDB à Presidência citado na delação da Odebrecht como arrecadador de R$ 2 milhões irregulares para a campanha do tucano, em 2010. Por conta deste pagamento, Alckmin é investigado em ação que tramita em sigilo no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A reportagem da “Época” também traz evidências de que antes de atuar para Alckmin, Adhemar procedeu como arrecadador de contribuições legais e ilegais pela reeleição de Fernando Henrique Cardoso, em 1998.
O consórcio Voa São Paulo foi escolhido em 2017 para cuidar da gestão de cinco aeroportos do interior do estado. Estudo da agência de transportes estimava, em 2015, uma receita para a concessionária do serviço de R$ 720 milhões em 30 anos, dos quais 40% seriam gastos com manutenção e outros 13%, em investimentos.
Othon: “Contratação após licitação”
No primeiro contato da “Época”, Othon disse ter sido contratado pelo consórcio apenas depois da licitação. Investigação da revista mostrou, no entanto, que ele participou de todas as sessões do certame e ainda usou terceiros para questionar uma primeira tentativa de concessão, abortada em 2016.
Na época, a comissão da Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp) cancelou a habilitação da Gran Petro, empresa que levaria o pacote, pelo fato de ela ter apresentado cópias de suas propostas gravadas em um único pendrive, e não em três dispositivos, apesar de o edital não ser claro em relação à exigência. Logo em seguida, foi aberta uma nova licitação, vencida pelo consórcio Voa São Paulo, representado por Othon.
O presidente da Artesp, Giovanni Pengue, disse à revista que o cancelamento da primeira licitação teve o objetivo de “garantir transparência e a igualdade de condições entre as concorrentes”, apesar de apenas uma empresa ter entregado proposta naquela ocasião. Othon afirmou para “Época” nunca ter utilizado da “proximidade familiar com o governador para obter vantagens” e ter respeitado todos os trâmites exigidos pelo poder público.
Ontem, o Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo disse que a concessão foi “transparente e obedeceu às normas técnicas e operacionais ”, e que o consórcio vencedor ofereceu o maior valor de outorga entre os participantes. Alckmin classificou a reportagem como “suspeitas injustas e inconsequentes sobre uma carreira pública de 40 anos sem qualquer mácula”. Ele diz que seus mandatos não serviram a “enriquecimento pessoal nem ao favorecimento de quaisquer parentes”.

Thiago Herdy – O Globo

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