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domingo, 15 de abril de 2018

ATACANDO A LAVA JATO

Gilmar ataca Lava Jato

Ministro do STF diz que “a corrupção já entrou” na famosa operação de Curitiba e pede providências

As fortes declarações do ministro Gilmar Mendes em relação à Operação Lava Jato, feitas durante a sessão do Supremo Tribunal Federal da última quarta-feira, continuam repercutindo nas redes sociais e no meio jurídico. Em sua fala, Gilmar disse que a “corrupção” entrou no Ministério Público e reclamou do “empoderamento” de juízes e procuradores que atuam nas investigações. Segundo ele, está havendo até mesmo ingerência na escolha de advogados para firmar acordos de delação premiada.
O ministro relatou conversa que teve com o advogado José Roberto Batochio, que deixou a defesa do ex-ministro Antonio Palocci porque “Curitiba assim exige” e porque não era “bem-visto nessa roda”. “O que o Dr. Batocchio fez com a seriedade foi dizer que estavam escolhendo advogados para delação. Ou aqueles que não poderiam sê-lo. Veja aqui, como esse sistema vai engendrando armadilhas e, à medida que nós diminuímos a nossa competência, estamos alimentando. É o ovo da serpente”, disse.
As declarações de Gilmar ocorreram durante o julgamento da procedência do habeas corpus de Palocci, negado pelo STF, mas que teve seu voto favorável. Na ocasião, ele afirmou que não se poderia negar um HC preventivo a um condenado em 1ª instância e preso há um ano e meio. Referendar o HC seria “empoderar ainda mais a atuação dos responsáveis pela Lava Jato”. 
Dirigindo-se à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, Gilmar ainda contou que, segundo advogados de clientes investigados, os processos tinham que passar pelo escritório do advogado do marqueteiro João Santana, Rodrigo Castor de Mattos, que é irmão do procurador Diogo Castor de Mattos, integrante da força-tarefa da Lava Jato. “Isso foi denunciado de que, este advogado era uma advogado ativo nesta relação, continua-se a passar pelo escritório do Dr. Castor, só que agora de maneira clandestina”, disse. 
O ministro ainda trouxe à tona o conhecido caso do ex-procurador Marcelo Miller, acusado de atuar na defesa dos irmãos Joesley e Wesley Batista, da JBS, quando ainda não tinha se desligado do Ministério Público, lembrando também das conversas de Miller com a advogada do grupo, Fernanda Tórteman. O episódio acabou por expor as negociações da delação premiada dos empresários, que foi colocada em cheque, e levou a PGR a abrir um inquérito para apurar a atuação dupla do ex-procurador. “Não queria falar sobre isso mais uma vez, Dra. Raquel, mas a corrupção já entrou na Lava Jato, na Procuradoria, ou alguém tem dúvida do episódio”, afirmou o ministro. 
Gilmar aproveitou a ocasião para voltar a criticar o juiz Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro, por ele e sua mulher, também juíza, receberem dois auxílios-moradia. “ E o que aconteceu nesse processo? Nós estamos falando de desvios e gente empoderada que tá aí”, acrescentou. A fala de Gilmar, foi interrompida pelo ministro Luiz Fux, que defendeu a apuração dessas denúncias. “Eu, talvez por ser juiz de carreira, nunca ouvi isso”.

Jornal do Brasil

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