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domingo, 15 de abril de 2018

CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA

Médico acusado de mandar matar Artur Eugênio será julgado pelo Cremepe

  Cláudio Amaro Gomes, 60 anos, mandante do assassinato do cirurgião torácico Artur EugênioFoto: Cristiana Dias/Arquivo Folha de Pernambuco


O júri de Cláudio Amaro Gomes, que será realizado na próxima quarta-feira (18), pertence à esfera administrativa e pode levar à cassação do diploma do cirurgião apontado como mandante do assassinato do cirurgião Artur Eugênio

conduta ético-profissional do médico Cláudio Amaro Gomes, 60 anos, mandante do assassinato do cirurgião torácico Artur Eugênio de Azevedo, 36, em 12 de maio de 2014, será julgada na próxima quarta-feira (18) pelo Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe). O júri, que pertence à esfera administrativa, pode levar à cassação do diploma dele, que seria proibido de exercer a profissão. A sessão deve ser uma das mais movimentadas que o conselho já teve em sua história.

Atos pela condenação estão sendo marcados e um esquema especial de segurança foi montado para receber Cláudio Amaro na sede da instituição. Esta será a primeira vez, inclusive, que a viúva de Artur, a também médica, Carla Rameri ficará cara a cara com Cláudio Amaro. Para ela, o que está em xeque no julgamento de agora não é exatamente o homicídio, mas a postura de Cláudio em relação a Artur no tempo no tempo em que conviveram e que culminou com o homicídio. 

“Artur sofreu assédio moral ao longo de dois anos antes de ser assassinado. Sua prática profissional vinha sendo prejudicada. Ao longo de toda a investigação policial e jurídica há tem diversos relatos de usos de materiais inadequados, de posturas éticas inadequadas. Quando você junta tudo, o que se expressa é um profissional absolutamente fora do que se espera para uma boa prática médica”, desabafou.

Viúva de Artur Eugênio, a também médica Carla Rameri ficará cara a cara com Cláudio Amaro - Crédito: Maurício Ferry/Arquivo Folha de Pernambuco

A médica classificou como "insana" a postura do acusado contra o marido. Ela sabe que a apreciação do caso pelo conselho médico não será fácil, até porque a medicina tem uma complexidade que não é matemática. No entanto, Carla acredita num resultado positivo para sua família. “Neste caso específico o bom senso deve prevalecer”.

Além da ansiedade pela decisão sobre o futuro profissional do suspeito, a vive a tensão de encarar Cláudio Amardo pela primeira vez desde o crime. “Essa talvez seja minha maior dificuldade agora. Eu ainda não me confrontei com esse sentimento”, confessou emocionada. 
O advogado do médico, João Bosco de Albuquerque, apontou que o júri ético-profissional não tem elementos para cassar o exercício da medicina do cliente. “Nenhum dos artigos da acusação se enquadra com doutor Cláudio. Ele sempre foi um profissional atuante e inquestionavelmente um grande cirurgião”, afirmou.

O presidente do Cremepe, André Dubeux, esclareceu que o número de conselheiros será definido apenas um dia antes e que a instituição só se pronunciará posteriormente. Todo o procedimento ocorre em sigilo.

   Relembre o caso


Artur Eugênio de Azevedo foi sequestrado na porta de casa e assassinado com quatro tiros no dia 12 de maio de 2014. O corpo dele foi encontrado no dia seguinte na BR-101, no bairro de Comporta, no município de Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife. Segundo a denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), o crime teria sido motivado por desentendimentos profissionais entre Cláudio Amaro Gomes e a vítima.

FolhaPE

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