Médico acusado de mandar matar Artur Eugênio será julgado pelo Cremepe
Cláudio Amaro Gomes, 60 anos, mandante do assassinato do cirurgião torácico Artur EugênioFoto: Cristiana Dias/Arquivo Folha de Pernambuco
O júri de Cláudio Amaro Gomes, que será realizado na próxima quarta-feira (18), pertence à esfera administrativa e pode levar à cassação do diploma do cirurgião apontado como mandante do assassinato do cirurgião Artur Eugênio
A conduta ético-profissional do médico Cláudio Amaro Gomes, 60 anos, mandante do assassinato do cirurgião torácico Artur Eugênio de Azevedo, 36, em 12 de maio de 2014, será julgada na próxima quarta-feira (18) pelo Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe). O júri, que pertence à esfera administrativa, pode levar à cassação do diploma dele, que seria proibido de exercer a profissão. A sessão deve ser uma das mais movimentadas que o conselho já teve em sua história.
Atos pela condenação estão sendo marcados e um esquema especial de segurança foi montado para receber Cláudio Amaro na sede da instituição. Esta será a primeira vez, inclusive, que a viúva de Artur, a também médica, Carla Rameri ficará cara a cara com Cláudio Amaro. Para ela, o que está em xeque no julgamento de agora não é exatamente o homicídio, mas a postura de Cláudio em relação a Artur no tempo no tempo em que conviveram e que culminou com o homicídio.
“Artur sofreu assédio moral ao longo de dois anos antes de ser assassinado. Sua prática profissional vinha sendo prejudicada. Ao longo de toda a investigação policial e jurídica há tem diversos relatos de usos de materiais inadequados, de posturas éticas inadequadas. Quando você junta tudo, o que se expressa é um profissional absolutamente fora do que se espera para uma boa prática médica”, desabafou.
Viúva de Artur Eugênio, a também médica Carla Rameri ficará cara a cara com Cláudio Amaro - Crédito: Maurício Ferry/Arquivo Folha de Pernambuco
A médica classificou como "insana" a postura do acusado contra o marido. Ela sabe que a apreciação do caso pelo conselho médico não será fácil, até porque a medicina tem uma complexidade que não é matemática. No entanto, Carla acredita num resultado positivo para sua família. “Neste caso específico o bom senso deve prevalecer”.
Além da ansiedade pela decisão sobre o futuro profissional do suspeito, a vive a tensão de encarar Cláudio Amardo pela primeira vez desde o crime. “Essa talvez seja minha maior dificuldade agora. Eu ainda não me confrontei com esse sentimento”, confessou emocionada.
Além da ansiedade pela decisão sobre o futuro profissional do suspeito, a vive a tensão de encarar Cláudio Amardo pela primeira vez desde o crime. “Essa talvez seja minha maior dificuldade agora. Eu ainda não me confrontei com esse sentimento”, confessou emocionada.
O advogado do médico, João Bosco de Albuquerque, apontou que o júri ético-profissional não tem elementos para cassar o exercício da medicina do cliente. “Nenhum dos artigos da acusação se enquadra com doutor Cláudio. Ele sempre foi um profissional atuante e inquestionavelmente um grande cirurgião”, afirmou.
O presidente do Cremepe, André Dubeux, esclareceu que o número de conselheiros será definido apenas um dia antes e que a instituição só se pronunciará posteriormente. Todo o procedimento ocorre em sigilo.
O presidente do Cremepe, André Dubeux, esclareceu que o número de conselheiros será definido apenas um dia antes e que a instituição só se pronunciará posteriormente. Todo o procedimento ocorre em sigilo.
Relembre o caso
Artur Eugênio de Azevedo foi sequestrado na porta de casa e assassinado com quatro tiros no dia 12 de maio de 2014. O corpo dele foi encontrado no dia seguinte na BR-101, no bairro de Comporta, no município de Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife. Segundo a denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), o crime teria sido motivado por desentendimentos profissionais entre Cláudio Amaro Gomes e a vítima.
FolhaPE
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