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terça-feira, 17 de abril de 2018

O DRAMA DE AÉCIO NEVES

Aécio vive o efeito Orloff

“Eu sou você, amanhã”. A propaganda era de uma marca de vodka, a Orloff, que pretendia convencer as pessoas que, se tomassem um trago hoje, evitariam aquela triste figura… amanhã. O bordão ficou tão famoso, que cunhou o chamado “Efeito Orloff”. Alvo de nove inquéritos no Supremo Tribunal Federal, o pré-candidato ao Senado por Minas – atalho mais seguro para manter alguma influência política e, claro, imunidade parlamentar -, Aécio Neves, prestes a, afinal, virar réu, deixou o abrigo onde vinha se escondendo para se defender – e atacar. Soltou uma nota, assinada por sua defesa, e “convocou” a imprensa ao seu gabinete no Senado. Posou de mártir de uma “tsunami de versões” que atingem sua reputação.
Como nada melhor do que um dia após o outro, vale lembrar que o senador tucano, responsável direto pelo início do processo que levou ao impeachment de Dilma Rousseff – incapaz de aceitar os 3,5 milhões de votos que o separaram da candidata do PT -, usou argumento muito parecido com o de seus adversários políticos – e que sempre desqualificou. Ele cobrou o acesso às provas já produzidas nas investigações contra ele e se disse vítima de um “enredo preparado” pelos delatores da JBS. “Um enredo pré-determinado por um cidadão que recebeu benefícios”, afirmou o tucano. Segundo ele, “foi uma construção feita pela defesa do senhor Joesley Batista, com membros do Ministério Público” – ele estava falando, como sabem, do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot.
Para esta terça, 17, está previsto o julgamento, pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, de denúncia formulada pela Procuradoria Geral da República contra Aécio por crimes de corrupção e obstrução de Justiça. Como qualquer casa de pão de queijo da Savassi sabe, Aécio foi acusado pela PGR em junho do ano passado de pedir propina de R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, dono da J&F, em troca de favores; e também de tentar atrapalhar o andamento da Operação Lava Jato (ainda assim pasmem, o caso não é considerado parte da Lava Jato porque não haveria benefícios diretos a Aécio do esquema da Petrobras). Acusado é força de expressão e jargão jornalístico. Aécio foi gravado por Joesley, no dia 24 de março do ano passado, no Hotel Unique, em São Paulo, e os diálogos são explícitos. 

Ricardo Miranda – Blog Os Divergentes

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