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sexta-feira, 20 de abril de 2018

LEI DE SEGURANÇA NACIONAL

Senadora entra para o folclore da política brasileira


Um vídeo viralizou na internet, denunciando a senadora Gleisi Roffmann por ter dado entrevista para a "TV Al Qaeda".
Com base nisso, Ana Amélia disse que iria pedir o enquadramento da senadora Gleisi Roffmann na Lei de Segurança Nacional por ter dado entrevista para a TV de uma organização terrorista.
Só que Gleisi deu entrevista para a TV árabe Al Jazeera, respeitadíssima no mundo todo, inclusive nos Estados Unidos, pela seriedade da agência de notícias.
E não para a "TV Al Qaeda", porque não existe.  (BR 247)
Enquanto isso, um dia depois de tentar associar a colega de Senado Gleisi Hoffmann (PT-PR) à Al Qaeda, porque Gleisi deu uma entrevista ao canal de TV Al Jazeera, a senadora Ana Amélia (PP-RS) elogiou o regime da Arábia Saudita, este sim acusado de patrocinar o terrorismo. De quebra, ainda chamou de "estrategista" o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong Un.
Os elogios ocorreram nesta quinta-feira (19), em reunião da Comissão de Relações Exteriores do Senado. Na reunião, Ana Amélia assumiu a liderança do recém-criado Grupo Parlamentar Brasil-Arábia Saudita.
Depois de recordar que tem muitos amigos na comunidade árabe do Rio Grande do Sul, a senadora do PP elogiou o rei Salman bin Abdulaziz, por permitir que mulheres dirijam automóveis e entrem em cinemas, minúsculas reformas introduzidas no último ano em um país onde as mulheres não possuem quase nenhum direito.
– Quero saudar o reino da Arábia Saudita pelas medidas que o rei vem tomando no sentido de uma liberalização lenta e gradual. Precisamos entender que as mudanças têm que ser respeitando a cultura de cada país. Nós, ocidentais, não podemos interferir naquilo que é a essência de uma civilização – disse Ana Amélia.
Na verdade, quem manda hoje na Arábia Saudita é um dos filhos do rei, o príncipe Mohammad bin Salman, de 32 anos. Aos 82 anos, Salman estaria com Alzheimer.
Tanto o rei quanto o príncipe estão longe de ser os déspotas esclarecidos que Ana Amélia imagina. Mohammad mandou prender dezenas de ativistas de direitos humanos, interveio no Iêmen e criou uma crise diplomática com o Catar – justamente o país que patrocina a rede Al Jazeera. O príncipe considera a Al Jazeera perigosa, por fazer um jornalismo considerado independente demais dentro do mundo árabe. 

(Raymundo Gomes - DCM)

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