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segunda-feira, 21 de maio de 2018

DEPOIMENTO MAL- ASSOMBRADO

Os recibos sumiram

Depoimento de filha de Temer torna mais nebuloso o enredo sobre a reforma da casa dela



O presidente Michel Temer deve anunciar nesta semana que desistiu de tentar a reeleição. Não passou de devaneio político de meia dúzia de aliados a possibilidade de uma candidatura do emedebista. A hipótese nunca foi levada a sério em Brasília. O “se colar, colou” não colou.
Um dos fatores que solaparam esse delírio palaciano foi o fortalecimento do inquérito da Polícia Federal sobre supostas irregularidades no decreto dos portos. As investigações tendem a ser concluídas até julho em meio às convenções partidárias.
Ao apurar as falcatruas no setor portuário, a PF trombou com a estranha história de uma reforma na casa de uma das filhas de Temer, a psicóloga Maristela, em São Paulo.
A polícia suspeita que a obra seja fruto de esquema envolvendo o coronel João Baptista Lima Filho, amigo do peito do presidente e apontado como um possível elo de recebimento de propinas do emedebista.
A mulher do coronel, Maria Rita Fratezi, é peça-chave no enredo. Foi quem escolheu e pagou, em dinheiro vivo, os fornecedores. Ela visitava a casa de Maristela regularmente para acompanhar as mudanças que seriam feitas na residência em 2014.
Folha divulgou na sexta-feira (18) o teor do depoimento prestado pela filha do presidente à PF no dia 3 de maio. O que ela disse torna mais nebuloso o caso. Maristela não esclareceu nada e deu uma versão que prejudica o rastreamento do dinheiro, o “follow the money” da reforma.
Ela afirmou que gastou em torno de R$ 700 mil, mas que “não possui e não guardou nenhum comprovante” de quitações e contratos. Confirmou que a mulher do coronel fez pagamentos. E como a ressarciu? Maristela disse que não lembra. Afinal, segundo ela, fez repasses em espécie à Maria Rita com dinheiro de pacientes atendidos em seu consultório. 
A defesa da filha de Temer pode dificultar a ação de investigadores porque carece de dados sobre a origem e o destino dos recursos. E não afasta as suspeitas que pairam sobre a obra e a influência de seu pai presidente para bancar as despesas.


Leandro Colon – Folha de S.Paulo

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