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quarta-feira, 16 de maio de 2018

DINHEIRO DO TRÁFICO

PF: dinheiro do tráfico usado por políticos brasileiros

Traficante Cabeça Branca, Luiz Carlos da Rocha foi preso em Sorriso, MT - Reprodução de vídeo / Divulgação PF



PF tem indícios de que dinheiro do tráfico foi usado por políticos brasileiros
Esquema teria envolvido 200 laranjas e movimentado até R$100 milhões entre 2014 e 2017

A Polícia Federal (PF) tem indícios de uma possível conexão entre políticos brasileiros e o traficante Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, preso no dia 1º de julho de 2017, em Mato Grosso, que é apontado como um dos maiores traficantes internacionais de drogas da América do Sul, com negócios em dezenas de países. A ligação apareceu com o doleiro Carlos Alexandre de Souza, o "Ceará", preso nesta terça-feira durante a Operação "Efeito Dominó", que investiga lavagem de dinheiro proveniente do tráfico internacional de drogas. Segundo as investigações, dinheiro obtido pelo traficante, repassado ao doleiro, estaria sendo usado no pagamento de propina a políticos.
— O que nós temos até agora são apenas indícios. Só poderemos confirmar essas informações no decorrer das investigações — afirmou o delegado Elvis Secco, que coordernou a prisão de Cabeça Branca e foi responsável por parte importante da operação deflagrada hoje.
Até ser preso ano passado, Cabeça Branca comandou por mais de duas décadas um esquema de tráfico internacional de drogas responsável por abastecer mensalmente pelo menos cinco toneladas de cocaína, com alto grau de pureza, países na Europa, na África e nos Estados Unidos. No Brasil, o traficante seria o principal fomentador da guerra travada entre quadrilhas rivais de criminosos no Rio e em São Paulo, fornecendo cocaína mais barata e sem tanta pureza para bandidos ligados às maiores facções do país.
Em mais de 20 anos de atividades no crime, a Polícia Federal estima que ele tenha reunido uma fortuna em bens que chegariam a pelo menos US$ 100 milhões (cerca de R$ 325 milhões) e movimentado uma cifra superior a R$ 1,2 bilhão.
Valores que transformam Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, bandidos classificados como barões das drogas no continente, como criminosos pés-de-chinelo. Não há nenhum criminoso do mesmo nível de Cabeça Branca sendo procurado pela Polícia Federal no momento.
Segundo o delegado Elvis Secco, atualmente nos Estados Unidos investigando um braço da quadrilha do traficante, Cabeça Branca teria usado cerca de 200 nomes (entre pessoas físicas e jurídicas) para lavar cerca de R$ 100 milhões entre 2014 e 2017, apenas no Mato Grosso.

Antônio  Werneck – O Globo

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