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sábado, 12 de maio de 2018

ELEIÇÕES 2018

Pré-candidatos: gravidade dos documentos da CIA


Pré-candidatos à Presidência apontam gravidade da revelação de documento da CIA
Palácio do Planalto age com cautela diante das informações divulgadas


Um dia após a divulgação de memorando da CIA que informa que o ex-presidente Ernesto Geisel sabia e autorizou a execução de presos políticos durante a ditadura militar no Brasil, pré-candidatos à Presidência ressaltaram a gravidade da revelação.
O presidente da Câmara e pré-candidato do DEM à Presidência, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta sexta-feira que é "estarrecedor" o conteúdo do documento. Maia, que viveu no Chile devido ao exílio de seu pai, Cesar Maia, destacou a surpresa com a contundência dos dados, como a existência de 104 mortes.

Que durante a ditadura ocorreram centenas de mortes e torturas, eram fatos de amplo conhecimento público. Mas que esses fatos tivessem sido respaldados pelos próprios presidentes (Médici e Geisel), isso é estarrecedor — disse Maia ao GLOBO.
A candidata da Rede a presidente, Marina Silva, disse que há ainda um "enorme desafio" de se obter toda a verdade sobre o período do regime militar. Marina, em declaração repassada por sua assessoria, classificou de "assombrosa e repugnante" a revelação, mas acrescentou não ser uma surpresa atrocidades e violência em regimes de exceção.
“Ainda que assombrosa e repugnante, não traz nenhuma surpresa, a notícia de que a execução de centenas de presos políticos tiveram autorização e respaldo da presidência durante a ditadura. Como é típico dos regimes autoritários, sejam de direita ou de esquerda, a violência e as atrocidades não têm como ocorrer sem contar com a participação daqueles que ocupam o mais alto escalão. Ainda temos um enorme desafio para acessar a verdade sobre os casos de tortura, morte e desaparecimento desse período triste e traumático da história do nosso país. Precisamos encarar este processo como uma etapa necessária para passar a história do Brasil à limpo e contribuir efetivamente para consolidar nossa democracia”, disse Marina, por meio de nota.
O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, considerou muito grave a revelação. Por meio de nota, Ciro disse que é preciso "resistir aos extremismos".
 “Esta revelação, se confirmada, é muito grave. Joga luz sobre um período da nossa História que não devemos esquecer jamais. E serve para mostrar a todos o que não devemos repetir para o futuro. Temos que resistir aos extremismos e lutar sempre na defesa da democracia, que ainda é o melhor regime entre todos os outros”, disse Ciro Gomes.
Para a deputada estadual e presidenciável do PCdoB, Manuela D'Ávila, a divulgação do documento comprova uma realidade da qual todos já tinham certeza. Segundo ela, houve no regime militar uma política dirigida de extermínio de opositores. Manuela lembrou que seu partido foi um dos alvos dos governos militares e citou o episódio que ficou conhecido como massacre da Lapa, em 1976, durante o governo Geisel, quando oficiais das forças armadas invadiram o Comitê Central do PCdoB na Rua Pio XI, no bairro da Lapa, em São Paulo. A operação terminou com a morte de três membros do partido.
— Continuamos buscando a verdade e buscando honrar a memória dos que foram covardemente assassinados — afirmou.
Segundo Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e pré-candidato do Psol, a revelação que sugere que implica Geisel nas execuções cometidas no período derruba a ideia de que as torturas eram fatos isolados.
— Fica claro que tinham a bênção do centro do poder da ditadura militar no Brasil — disse.
Segundo ele, é preciso que os agentes do Estado responsáveis por mortes e torturas no período sejam punidos criminalmente.
— Quando a sociedade não acerta as contas com o seu passado, esse passado volta no presente e compromete o futuro — afirmou.
Geraldo Alckmin e Álvaro Dias foram procurados mas não responderam.
PLANALTO AGE COM CAUTELA
O Palácio do Planalto está agindo com cautela diante das informações. Interlocutores do presidente Michel Temer consideram prematura qualquer posicionamento, ressaltando que é preciso ainda ter mais informações sobre a fonte do documento, vítima de vazamento.
Para outros interlocutores, trata-se de uma situação desconfortável do ponto de vista atual, onde há a atuação das Forças Armadas dentro das regras democráticas. Tanto que o governo Temer decidiu fazer uma intervenção federal na área da Segurança Pública do Rio, colocando militares para comandar a operação. Na época em que Temer decidiu pela intervenção, houve críticas sobre o poder que estava sendo dado aos militares, mas as Forças Armadas se apressaram em ressaltar que agiam dentro da Constituição 

Cristiane Jungblut e Dimitrius Dantas - O Globo

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