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sábado, 19 de maio de 2018

PRISÃO DE ZÉ DIRCEU

Prisão de José Dirceu ganhou ar de normalidade

prisão de José Dirceu esteve a um milímetro do tédio. Sabia-se desde a véspera que o condenado se entregaria na tarde desta sexta-feira, até as 17h. Mas apenas os repórteres fizeram plantão defronte do prédio onde Dirceu arrastava sua tornozeleira eletrônica, em Brasília. Nada de militantes petistas. Nem sinal de opositores. Reinava no ambiente uma doce normalidade.
Cerca de 20 devotos petistas estiveram na Superintendência da Polícia Federal. Mas o condenado preferiu entregar-se na penitenciária brasiliense da Papuda, sonegando à plateia companheira a habitual cenografia do perseguido.
Protagonista dos dois maiores escândalos de corrupção da história republicana, Dirceu coleciona, por ora, três condenações —uma no mensalão e duas no petrolão. No encarceramento que se seguiu à condenação no julgamento do Supremo, em 2013, havia uma revolta da militância, que Dirceu atiçou erguendo o braço esquerdo, com o punho cerrado em sinal de resistência.
No ano passado, após obter habeas corpus na Segunda Turma do Supremo, Dirceu trocou a prisão preventiva no Paraná pela tornozeleira eletrônica em Brasília. Descobriu na chegada que ser libertado pela Suprema Corte não é sinônimo de ser livre. Foi hostilizado por uma multidão de cerca de 50 pessoas. Parte dos manifestantes invadiu a garagem do prédio de Dirceu. Um destacamento de 15 PMs foi acionado para conter os ânimos.
A atmosfera nesta sexta-feira foi bem diferente. Nenhum acontecimento feriu a rotina ou fez a vida escapar ao controle. Não se ouviram os gritos de solidariedade: “Dirceu, guerreiro do povo brasileiro”. Tampouco soou o coro de contrariedade: “Dirceu ladrão, seu lugar é na prisão.”
Sentenciado pelo TRF-4, tribunal de segunda instância, o condenado apenas cumpriu a ordem judicial. Tanta normalidade ainda acaba com a retórica petista da “perseguição política”.

Josias de Souza

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