Presidente do conselho do Sport determina assembleia para avaliar saída de Arnaldo Barros
Homero Lacerda (E) deu andamento ao pedido de sócios que querem a destituição de Arnaldo Barros
Homero Lacerda entregou ofício fazendo convocação de sócios para votação; vice-presidente jurídico do clube diz que irá analisar se medida segue estatuto
Os próximos dias prometem ser decisivos para a política do Sport. O presidente do conselho deliberativo rubro-negro, Homero Lacerda, convocou para o próximo dia 25, uma sexta-feira, a assembleia geral de sócios que irá votar a favor ou contra o impeachment do atual presidente do executivo Arnaldo Barros. A medida se deu após o recolhimento de 718 assinaturas de associados, dos quais 601 estavam aptos para o pedir o requerimento. Eram necessárias, no mínimo, 500 assinaturas.
No despacho da convocação assinado por Homero, um dos argumentos usados para justificar um possível impedimento de Arnaldo Barros fala em "estado de insolvência" em que se encontraria o Sport, com base em um estudo da auditoria Bernhoeft, que apontou um "resultado mensal negativo de R$ 10.584.096,52" nas contas do clube e um resultado acumulado também negativo no exercício no valor de R$ 17.118.756,64". A reportagem ligou para o presidente do conselho deliberativo, que estava com o celular desligado até a divulgação desta reportagem.
O Superesportes também procurou a assessoria de imprensa do clube que indicou o vice-presidente jurídico Leucio Lemos para abordar o caso. De acordo com o jurista, o documento foi recebido pelo setor do clube e irá passar por uma avaliação para saber se a decisão do conselho segue rigorosamente o estatuto do Sport.
“A gente vai seguir rigorosamente o estatuto. Se o pedido estiver de acordo, nós vamos seguir”, declarou. Lemos ainda esclareceu que assembleia geral dos sócios ainda não pode ter uma data definida porque precisa ser publicada em um edital. A partir da publicação, ainda é necessário esperar mais cinco dias para que o evento seja realizado.
“Evidente que isso é uma posição política dele (Homero Lacerda). Não tem como questionar. É uma posição política que está assumindo de dissidência com o executivo, mas ele encaminhou e vamos analisar para dar o tratamento que o estatuto prevê”, disse Leucio Lemos.
Caso a assembleia se realize e os sócios votem pelo impeachment, Arnaldo Barros se tornará o primeiro presidente, entre o trio de ferro da capital, a sofrer um impeachment. Eleito em dezembro de 2016 com 2.509 votos, em uma eleição recorde no estado, com a participação de 4.063 sócios, Arnaldo Barros tem sem mandato encerrando este ano. A chapa perdedora, encabeçada pelo ex-presidente Wanderson Lacerda, contou com 1.554 votos.
Arnaldo Barros
Em entrevista à Folha de Pernambuco, o presidente Arnaldo Barros comentou o caso e também apontou um viés político na decisão. “Foi uma atitude política. Homero (Lacerda) fez o que disse que iria fazer: atropelar o estatuto em nome de um objetivo político. E assim passou por cima do próprio conselho deliberativo, inclusive tentando desmoralizar o próprio órgão que presidi. Essa decisão parte do órgão, em votação secreta, como manda o estatuto, não apenas pelo presidente. E só depois essa Assembleia Extraordinária poderia ser convocada. Essa lista de 500 sócios não substitui essa votação do conselho”, explicou Arnaldo.
Diario de Pernambuco
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