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sábado, 9 de junho de 2018

ELEIÇÕES 2018

PT decide por prioridade ao PSB. Marília pode sobrar

Um compromisso com o governador Paulo Câmara (PSB): a candidatura da petista Marilia Arraes será abortada caso ele leve o PSB para o palanque do PT à Presidência.


Partido põe no papel promessa de sacrificar candidatos para atrair PSB
Executiva do partido ressaltou a primazia do projeto nacional sobre as disputas regionais


Sob protestos da esquerda do partido, o comando do PT formalizou neste sábado (9) a disposição de sacrificar suas candidaturas estaduais em troca do apoio do PSB e do PCdoB na corrida presidencial.
Por 19 votos contra cinco e uma abstenção, a Executiva Nacional do PT registrou em papel que “está clara a primazia do projeto nacional sobre as disputas regionais”. A resolução submete as candidaturas e alianças estaduais à prévia autorização da cúpula partidária.  “Toda e qualquer definição de candidaturas e política de aliança nos estados terá que ser submetida antecipadamente à Comissão Executiva”, diz a nota.  Ex-ministro e chefe de gabinete da presidência do PT, Gilberto Carvalho afirma que “este é um sinal” para o PSB. Segundo petistas, seus termos foram discutidos com integrantes do PSB.
Redigido após quatro horas de discussão, o texto sela um compromisso com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB): a candidatura da petista Marilia Arraes   (foto) será abortada caso ele leve o PSB para o palanque do PT à Presidência.
A resolução determina como prioridade “construir uma coligação nacional para apoiar a candidatura Lula com PSB, PCdoB e outros partidos que venham a assumir este apoio”.
O documento diz também que “essa construção passa pela indicação do candidato a vice-presidente em entendimento com os partidos aliados”.
Durante a reunião, o PT de Minas engrossou uma pressão para que Marilia admitisse desistir em favor de uma composição nacional com o PSB, na qual o ex-prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda pudesse ocupar a vice na chapa presidencial.
Nesse acerto, Lacerda não concorreria ao Palácio da Liberdade contra a reeleição do governador Fernando Pimentel. Embora estivesse em Belo Horizonte, Marilia não participou da reunião. Mas enviou representantes.
Líder da minoria na Câmara, José Guimarães (CE) afirma que a centralidade política da resolução aprovada é a aliança nacional com PSB e PCdoB. “E nos estados, eles nos apoiam onde governamos e nós os apoiamos onde eles governam”, concluiu.
Antes descrentes quanto às chances de aliança, petistas decidiram investir nela depois que enterradas as candidaturas do PSB à Presidência.
A estagnação das candidaturas de Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB) nas pesquisas também estimulou o assédio sobre o PSB.
A ideia é consolidar uma aliança e manter a candidatura do PT sob holofotes antes que esses adversários possam esboçar um crescimento.
Por isso, o PT acelerou a negociação. Vice-presidente do PT, Márcio Macedo, rejeita a ideia de sacrifício. “Queremos uma aliança nacional com PSB e PCdoB”.
Dirigentes do PSB não gostam da hipótese de apoiar o PT sem saber qual será o candidato do partido.
Mas, segundo petistas, a manutenção de Lula à frente das pesquisas, com alto potencial de transferência de votos, tem aplacado resistência.
O PT tem dois nomes à mesa para substituir Lula: os ex-ministros Jaques Wagner e Fernando Haddad.
Com força no Nordeste, Wagner tem a simpatia dos líderes petistas. Haddad agrada a militância.
Depois de Dilma Rousseff, Haddad foi o mais aplaudido ao ter seu nome anunciado no ato de lançamento da pré-candidatura de Lula, na noite de sexta-feira (8), na cidade de Contagem.
Há ainda no PT a possibilidade da indicação de um nome sem tanto brilho pessoal, para deixar evidente sua subserviência a Lula.

Catia Seabra e Carolina Linhares – Folha de S.Paulo

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