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domingo, 24 de junho de 2018

PRESSÃO NO GOVERNO

Acuado por caminhoneiros, Temer foi a emissoras de TV


Há um mês, o governo Michel Temer se dobrava pela primeira vez ao movimento que levou ala expressiva do Planalto a recear sua queda. Era 23 de maio. Anunciava-se o congelamento do preço do diesel, e a greve dos caminhoneiros adquiria caráter de crise nacional. Dias depois, diante de noticiário estridente, o presidente procurou as grandes emissoras do país. Descreveu a gravidade do momento a representantes de Globo, SBT, Band e RedeTV!. O apelo por prudência estava implícito no gesto.
Enquanto as negociações com os caminhoneiros  naufragavam, o governo recebia dados cada vez mais alarmantes. Houve muita tensão quando o Planalto foi avisado de que havia risco de desabastecimento de água tratada porque, em algumas cidades, as cargas com insumos para a limpeza estavam presas nos bloqueios.
Havia também preocupação com a queda no fornecimento de eletricidade em ao menos dois estados da região Norte: Rondônia e Roraima. Nesses locais, as termelétricas são responsáveis por parte substancial da energia gerada —e as reversas de óleo estavam baixas. 
O maior temor era o de que, sem luz ou água, houvesse revolta popular e ondas de saques e violência. 
Após ceder os anéis e os dedos, o Planalto rachou o movimento. Eliseu Padilha (Casa Civil), que ficou à frente das negociações, ouviu elogios em forma de gracejo: “Você, que estava cabisbaixo, chegou a rejuvenescer. Vamos arrumar outra crise dessa”, disse um ministro. 

Daniela Lima – Folha de S.Paulo

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