Como a conquista da Copa do Brasil ainda influencia a trajetória do Sport dez anos depois
Título sobre Corinthians tem personagens que ganharam nova vida no clube e outros que ainda seguem na Ilha do Retiro após uma década da taça levantada
Capitão da conquista, Durval ainda segue no Sport e tem grande respeito no dia a dia do Leão
A Ilha do Retiro prende a respiração. De fora da área, Luciano
Henrique arrisca um chute de perna esquerda. Cada olhar, acompanha a
direção da bola quando Enilton salta para cabecear e não alcança. Mas,
caprichosamente, ela passa pelo meio da pernas do goleiro Felipe, do
Corinthians. Em seguida, a explosão. Eternamente marcada na história do
Sport, a vitória de 2 a 0 sobre o time paulista decretou a conquista da
Copa do Brasil de 2008. Há exatos dez anos. Um marco para o Leão que até
hoje influencia o dia a dia do clube, com personagens marcantes e
mudanças estruturais que ditam a nova imagem do Rubro-negro.
A
começar pelo banco de reservas daquela conquista. Após chegar de um
rebaixamento no próprio Corinthians, o técnico Nelsinho Batista permeou
pelos sonhos dos torcedores até a volta ao clube nesta temporada, que,
por outro lado, encerrou-se de maneira ruim e sem as conquistas de
outrora. Ao lado dele, outra herança para a história. Então preparador
físico, Eduardo Baptista viria a brilhar como técnico do Leão
posteriormente, comandando o time nas Séries A de 2014 e 2015 além de
ter conquistado um Estadual e uma Copa do Nordeste.
Da
área técnica para o campo de jogo, vários personagens também criaram um
laço forte. O que dizer de Magrão? Considerado o maior jogador da
história do Sport, ele segue no clube desde 2005. Protagonista de vários
títulos, é o atleta com mais jogos pelo Rubro-negro com 708 aparições.
Virou uma entidade no clube. Ao seu lado, Durval. Após erguer a taça da
emblemática conquista da Copa do Brasil, o zagueiro ainda segue na Ilha
do Retiro. É reserva, mas tem um papel de liderança e uma afinidade com o
Sport incomuns.
Do chutaço que decretou um dos gols da vitória de 2 a 0 sobre o
Vasco, na primeira partida da semifinal daquela Copa do Brasil, Daniel
Paulista se criou no Sport como auxiliar técnico e também treinador. Ele
se alternou nas funções desde 2014 e chegou a livrar a equipe de
rebaixamentos no Brasileiro nas últimas duas temporadas.
“Essa
é uma conquista que marca não só meu nome com o de outros jogadores na
história do clube. A partir do momento que você se torna uma referência
dentro do clube e para a torcida, é normal que as portas fiquem abertas
para o jogador exercer outro tipo de função. Lógico que é preciso também
se aperfeiçoar, estudar, e mostrar capacidade”, avalia o hoje técnico
do Boa Esporte-MG. Ainda em 2008, Daniel Paulista foi vendido pelo Sport
ao Rapid Bucarest, da Romênia, por 800 mil euros. Com o montante, o
Rubro-negro finalizou a compra do centro de treinamento, que hoje é uma
das grandes marcas de organização do clube.
De
jogadores, outros também ganharam nova vida no Sport. Assim foi, por
exemplo, com o ex-volante Sandro Goiano. Ele foi coordenador técnico do
clube em 2013. Já o ex-lateral Dutra foi auxiliar técnico do Rubro-negro
em 2016 em uma função que hoje é ocupada por outro membro daquela
conquista, César Lucena.
Fora de campo
Presidente campeão em 2008, Milton Bivar não descarta retorno ao clube
Milton Bivar, aliás, também ganhou
outros capítulos na Ilha do Retiro após comandar o clube entre 2007 e
2008. Esteve também em uma breve passagem como diretor de futebol em
2013. “Eu considero 2008 como um ano de ouro para o Sport em todos
aspectos. Nós inauguramos a nossa loja na sede. Veio o aparecimento da
Rádio Ilha, teve a implantação das cadeiras nas sociais. Teve ainda a
criação do departamento de marketing. Isso tudo culminou com duas coisas
que mudaram a vida do clube para sempre, que foram a conquista da Copa
do Brasil e a compra do CT”, recorda Bivar.
Agora,
ele deixa em aberto a chance de escrever um novo capítulo na
administração rubro-negra. “Não descarto. Assim como todo rubro-negro na
hora ‘H’ vai estar disposto a dar sua colaboração. Não é fácil ser
presidente de um clube. É muito delicado, trabalhoso e requer muita
competência e entrega”, avalia.
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