Em depoimento, esposa nega assassinato do médico; advogado aponta boicote da defesa
Jussara Rodrigues e o filho mais velho do casal, Danilo Paes, estão presos temporariamenteFoto: Rafael Furtado
O advogado Alexandre Oliveira, constituído nos autos, não teria sido avisado de incursão policial para depoimento de Jussara, uma das suspeitas do Caso Aldeia, e alega que cliente ficou desassistida
“A delegada foi lá colher o depoimento de minha cliente sem minha presença. Eu sou o advogado habilitado nos autos do inquérito e deveria ter sido comunicado”, reclamou Oliveira. Ele denunciou que a cliente narrou que foi pressionada a confessar o assassinato do marido. Na oitiva, considerada arbitrária pelo advogado, Jussara afirmou que não matou o marido e não saberia o que aconteceu com ele, mas disse acreditar que alguém queria incriminá-la, jogando as partes do corpo na cacimba da casa do casal em Aldeia, Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife. Sobre a limpeza na área do quiosque da piscina, a farmacêutica informou que queria deixar o espaço limpo, visto que o marido deveria voltar casa em breve.
Em outro ponto do interrogatório, questões financeiras foram declaradas pela suspeita. Jussara disse que pediu dinheiro ao pai de Denirson até que o marido aparecesse, narrou que havia algumas brigas do casal na hora das compras "porque o médico era muito seguro com dinheiro" e "em raríssimos momentos lhe dava o cartão", mas negou a separação do casal.
Em relação aos filhos, Jussara confirmou que Danilo estava em processo de fobia e síndrome do pânico e que, após a suposta viagem do pai, passou a fazer uso de Rivotril com prescrição médica. Afirmou ainda que tanto Daniel quanto o filho mais jovem, de 20 anos, estavam em casa no dia 31 de maio. Sobre a folga dos funcionários, nos dias 30 e 31 de maio, afirmou que estava devendo um descanso aos empregados e havia dificuldade de eles chegarem até a residência devido à greve dos caminhoneiros e a crise dos combustíveis.
Habeas corpus
Alexandre Oliveira contou que aguarda o julgamento dos habeas corpus de Jussara e Danilo para uma semana ou 15 dias. O pedido liminar da liberdade de ambos foi indeferido no último dia 12 de julho.
A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) informou que o depoimento de Jussara foi prestado pela livre vontade da mulher, que poderia ter ficado em silêncio quando inquirida. Segundo a PC, a oitiva teria acontecido nesta terça e não na sexta (13), como apresenta o advogado. Ainda de acordo com a polícia, como ela está presa temporariamente e à disposição da polícia, não é obrigatório o aviso formal do advogado sobre essa coleta. Em relação ao acompanhamento jurídico, a PCPE confirmou que uma defensora do sistema prisional acompanhou o depoimento.
Procurada, a Assessoria de Comunicação da Defensoria Pública do Estado negou que algum defensor da Colônia Penal tenha acompanhamento uma oitiva de Jussara, já que ela já tem advogado constituído. Questionada, a Questionada, a Seres informou, através de nota à Folha de Pernambuco, que "em casos emergenciais, como na ausência do advogado do reeducando, um advogado da unidade prisional pode acompanhá-lo durante o depoimento, desde que ele aceite".
FolhaPE
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