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quarta-feira, 19 de setembro de 2018

CHAMANDO PARA A BRIGA

Ciro busca Haddad para um duelo


O candidato do PDT, Ciro Gomes, resolveu partir para o ringue contra o petista Fernando Haddad. Em entrevista ao G1 e à CBN, hoje, o presidenciável referiu-se ao partido do adversário como "petezada", descartou o apoio a Haddad num eventual 2º turno e, de quebra, sugeriu que o petista era arrogante, inexperiente e fraco.
"O Brasil não suporta mais um presidente fraco, um presidente sem autoridade, um presidente que tenha que consultar o seu mentor", declarou o presidenciável, aproveitando para comentar outra indicação do ex-presidente Lula, a de Dilma Rousseff.
"Ele está se precipitando como uma demonstração a mais de inexperiência ou de arrogância. A 'petezada' também costuma cultivar uma certa arrogância, uma certa superioridade. Eu não sei de onde eles tiraram isso, eles já se acham vitoriosos, já se acham no 2º turno", continuou o candidato do PDT ao comentar declarações de Haddad sobre o desejo de ter o apoio de Ciro num 2º turno.
Com as declarações, Ciro parte de vez em direção ao eleitor do ex-presidente Lula, que nas últimas pesquisas migrou para Haddad. Esse movimento passou a impor a Ciro um limite para crescimento, já que o candidato é ligado ao campo da esquerda.
Nos últimos 15 dias, segundo o Ibope, Ciro perdeu voto entre os eleitores mais velhos, estrato em que era forte. Passou de 16% para 10% das intenções de voto entre os que têm mais de 55 anos, enquanto Haddad saiu de 5% para 18%. Ciro também caiu entre os menos escolarizados, eleitor que a partir de 2002 passou a votar em peso no PT. Foi de 14% para 11% das intenções de voto no grupo - Haddad pulou de 4% para 24%. O presidenciável do PTD perdeu ainda gás no Nordeste, região em que vai melhor (ele já foi prefeito de Fortaleza e governador do Ceará), passando de 20% das intenções de voto para 17% (no período, Haddad saiu de 8% para 31%).
Apesar das críticas do candidato do PDT, Haddad não deve aumentar o tom contra Ciro. A orientação é tentar manter um clima de "paz e amor" entre os adversários à esquerda, de olho no apoio deles, caso o ex-prefeito paulistano passe, de fato, para o 2º turno.
Embora o pedetista tenha criticado o voto útil, a campanha dele avalia que pode se beneficiar do voto do eleitor que rejeita Bolsonaro, mas que também não quer o PT de volta. Numa eleição em que o eleitor estaria em busca de um discurso mais enfático por parte dos candidatos, Ciro veste o figurino, dizem aliados, que veem na verborragia dele uma qualidade.
Não à toa que, em entrevista ao Jornal da Globo, anteontem, quando questionado sobre os xingamentos e empurrão contra um homem em Boa Vista, Ciro declarou, sem rodeios: "Não tenho sangue de barata e não quero ter".

Por Julia Duailibi

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