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segunda-feira, 29 de outubro de 2018

ESCOLA SEM PARTIDO

Deputada do PSL pede que estudantes denunciem professores críticos de Bolsonaro

Campagnolo, que tem 27 anos e é professora e historiadora, é defensora do movimento Escola sem Partido, que é contra a suposta doutrinação partidária e ideológica por parte de professores e é encampado também por BolsonaroFoto: Reprodução / Facebook


Professores e profissionais da educação reagiram à postagem de Campagnolo, e disseram que a medida "incita a coação dos professores em sala de aula"

A deputada estadual eleita Ana Caroline Campagnolo (PSL), de Santa Catarina, pediu aos estudantes catarinenses na noite deste domingo (28) que denunciem professores que façam "queixas político-partidárias em virtude da vitória do presidente [Jair] Bolsonaro [PSL]".

"Muitos professores doutrinadores estarão inconformados e revoltados. Muitos não conseguirão disfarçar sua ira e farão da sala de aula uma audiência cativa para suas queixas político-partidárias em virtude da vitória do Presidente Bolsonaro", escreveu, em sua página no Facebook, pouco depois de confirmada a eleição do presidenciável.

Ela pediu que os estudantes filmem ou gravem as manifestações, e encaminhem para a sua equipe, com o nome do professor, da escola e da cidade. Campagnolo, que tem 27 anos e é professora e historiadora, é defensora do movimento Escola sem Partido, que é contra a suposta doutrinação partidária e ideológica por parte de professores e é encampado também por Bolsonaro.

O argumento central é a busca da neutralidade em sala de aula, em favor da qualidade da educação. Críticos, porém, afirmam que a proposta é autoritária e limita a pluralidade de ideias e a liberdade de expressão.

Coação em sala de aula
Professores e profissionais da educação reagiram à postagem de Campagnolo, e disseram que a medida "incita a coação dos professores em sala de aula" e "promove o desrespeito aos educadores", segundo nota do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte) de São José (SC). A nota é assinada por uma diretora filiada ao PSTU e que foi candidata ao governo de Santa Catarina.

Em entrevista à rádio Chapecó, nesta segunda (29), Campagnolo disse que seu celular "não parou nem um minuto" desde a divulgação. "As pessoas estão, em todo o Brasil, desesperadas para achar um canal para se defender disso", afirmou.

Para ela, a doutrinação ideológica e partidária nas escolas é um problema grave, e contribui para o baixo desempenho dos alunos brasileiros, na comparação com a média mundial. Ela afirma que alunos são constrangidos por professores em sala de aula, e diz que quer atuar para reduzir o problema em seu mandato como deputada estadual.

Campagnolo processa uma ex-professora na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udes) por "perseguição ideológica e discriminação religiosa", em um episódio emblemático da polêmica em torno do Escola sem Partido. Ela foi eleita com 34.825 votos.

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