Prefeitura de Camaragibe volta a ser autuada por destruir área de preservação
arque Aldeia dos Camarás abriga Mata Atlântica Foto: Rafael Furtado / Folha de Pernambuco
Cerca de 100 metros de estrada foram construídos sem nenhuma licença ambiental pelo Executivo Municipal
A área necessita de preservação extrema em função da presença de uma nascente que cumpre o papel de recarregar os aquíferos da região de Aldeia e do Recife, apontou o diretor presidente da CPRH, Eduardo Elvino.
Os funcionários que utilizavam as máquinas nesta quinta também foram autuados. Irmão do prefeito, o secretário de Segurança de Camaragibe, Delmo Meira, que estava no local, classificou a ação da CPRH como absurda.
O maquinário utilizado na obra será recolhido pela CPRH que espera pelo comparecimento da prefeitura à agência para resolução do caso. Eduardo informou que a prefeitura e o prefeito foram autuados e que serão tomadas outras providências em função da reincidência do ocorrido, visto que a prefeitura abriu cerca de 100 metros de estrada no local na quarta-feira (10) e a obra havia sido embargada. “Ele descumpriu o embargo da área, isso é muito grave”, afirmou o diretor informando que o Ministério Público será acionado para abertura de um processo de inquérito civil contra o prefeito e a Prefeitura do município.
“Hoje, aqui, ele [o prefeito] teria que reflorestar a área impactada e tirar a licença ambiental para poder fazer aquilo que era previsto no projeto”, explicou o diretor da CPRH.
Entenda o caso
Cerca de 100 metros foram construídos pela prefeitura de Camaragibe sem nenhuma licença ambiental, na última quarta-feira (10), na área de preservação ambiental (APA) Aldeia Beberibe, unidade de conservação gerida pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), órgão ligado à esfera de poder do Estado e não do município.
Com oito hectares de extensão, o parque Aldeia dos Camarás protege áreas de recargas de aquíferos, visto que abriga a nascente do Rio Pacas, um dos afluentes que formam o Rio Beberibe. Diversas espécies nativas da Mata Atlântica foram destruídas em meio à obra na área que havia sido destinada ao replantio de espécies como aroeira da praia, pau-brasil, pau de jangada, salgueiro e ingá.
Folha PE
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