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quarta-feira, 10 de outubro de 2018

SPORT - AVALIANDO O LEÃO

Michel Bastos quer livrar Sport de queda para renovar e avalia período de turbulência

"Tirar o Sport dessa situação é porque isso vai me garantir mais um ano", disse Michel Bastos


Jogador chegou a ser afastado pela antiga diretoria e fez um panorama do que enfrentou no clube até voltar a ser titular com Milton Mendes


“Não vou mentir. Molharam minha mão para eu estar aqui.” Foi brincando que Michel Bastos chegou na sala de imprensa do CT do Sport, nesta quarta-feira. Mas, tão logo as perguntas começaram, o tom foi de seriedade. Sem o hábito de aparecer para conceder entrevistas coletivas, o meia tinha muito a falar. Até porque viveu um turbilhão desde que chegou ao Rubro-negro. 

Contratado junto ao Palmeiras, Michel Bastos chegou para ser referência no clube. Mas, teve poucas atuações seguras e foi afastado pela antiga diretoria da lista de atletas relacionados aos jogos junto com o volante Fellipe Bastos. Reintegrado por Milton Mendes, o atleta de 35 anos voltou a ser titular em uma função de falso 9 e ganhou confiança. 

Nesse novo momento, Michel Bastos revelou que quer livrar o Sport do rebaixamento para renovar por mais um ano, disse que não pensa em parar de jogar aos 35 anos e ainda deu detalhes do período em que ficou sem atuar no Leão. Entre outros pontos, também admitiu que “odeia” ficar entre os reservas e garantiu que foi ele quem escolheu o clube rubro-negro diante da possibilidade de ser uma referência. Confira abaixo as falas do jogador que tem acordo com o Sport até o fim deste ano.

Jogar como centroavante

“Eu realmente não sou centroavante, mas o Milton contra o Atlético me colocou nesta posição e eu consegui mostrar a ele que teria condições de jogar. Quem conhecia minha condição, até pouco tempo e voltar a estar jogando, independente da minha posição é a minha intenção. Desde que eu cheguei aqui, coloquei que estou a disposição do clube, a disposição do treinador, é lógico que possuo minhas preferências, que é o jogo aberto, mas como já falei, eu vim aqui para ajudar o Sport, para jogar, e fico feliz de estar jogando, independentemente da posição. Claro que para mim é novo, mas venho tentando desempenhar o melhor papel para que possa estar ajudando”.

Tempo que ficou fora e retorno com papel decisivo

“Foi difícil. Difícil porque eu escolhi estar aqui, não foi o Sport que eu escolheu. Foi uma vontade minha, pelo fato de ter a oportunidade de chegar em um clube e ser referência. Foi por isso que eu vim e, realmente, pediram  a minha saída, o porquê, até hoje eu não sei. Eu fui contra, porque eu vim para ajudar o Sport, não deixar o Sport em uma posição onde ele perderia a Série A e como eu falei, vim para jogar, para ser referência. Quando você fica de fora, ainda mais, quando o time está na situação que se encontra e você não poder ajudar seus companheiros, é bem difícil. Hoje, estou tendo esta oportunidade e estou feliz de estar jogando e poder estar ajudando da melhor maneira possível. Como eu já falei, eu vim para jogar, acho que com minha experiência e com a qualidade que eu tenho, eu posso contribuir bastante. Então, no momento, eu estou muito feliz por estar jogando. É por isso que eu vim para cá.”

Quem pediu a saída do time

“Foi um pedido da diretoria (que depois entregou o cargo e era liderada por Guilherme Beltrão) depois do jogo contra o Bahia. Após o pedido, eu fui contra. Como já falei, vim para cá para ajudar o Sport. Fui totalmente contra a decisão da diretoria. Não posso dar mais detalhes porque não sei o motivo. Sinceramente, não sei tanto que era uma das coisas que mais buscava o porquê para poder explicar para minha família, minha esposa, meus filhos. Eu tenho um filho de 12 anos e ama futebol. Ele via o pai chegando em casa triste e chateado por uma situação que ele não sabia o porquê, dele ir para escola e ser perguntado pelos amiguinhos porque seu pai não está jogando e o que ele fez. A imagem que passa é que você fez algo errado. Eu sempre fui profissional. Sempre dei meu melhor. Foi pra isso que vim. Mas, hoje é outra história. Espero que seja a última vez que fale sobre isso. A melhor maneira de responder é dentro de campo. Não tem outra forma. Até para o torcedor porque, para mim, o mais importante é mostrar o quanto eu quero ajudar.”

Odiar a reserva

“Sobre altos e baixos, eu vou ser bem sincero. O fato de eu não ter tido uma sequência melhor foi eu ter ficado muito tempo de fora. Lógico, ficam falando “ah! O Michel não gosta de ficar no banco. Quem é que gosta? Qual o atleta que gosta? Às vezes, você não concordar é uma coisa, mas você tem que respeitar a decisão do treinador. Eu sempre respeitei. Concordar, às vezes, não. Mas, respeitar? Sempre. Isso é o mais importante. Todo mundo tem que entender que o atleta odeia, não é que não goste, ele odeia ficar no banco. É normal. Isso é do jogador. O jogador que for para o banco e ficar dando risadinha é um cara que não pensa no futuro, não quer almejar algo maior. Apesar da minha idade, eu quero fazer história no Sport. Não quero parar com 35 anos, 36. Não sei se vou ser um Zé Roberto da vida, mas eu quero ir longe ainda.”

Tempo de carreira e planos para o Sport

“Minha grande vontade de tirar o Sport dessa situação é porque isso vai me garantir mais um ano vestindo essa camisa. É meu maior objetivo. Eu não vim aqui para ter uma passagem curta no clube, vim para ser referência e fazer história dentro do clube. Lógico que sempre com os pés no chão, trabalhando, acho que pela situação que eu passei, nã tem nada melhor do que reverter essa situação do clube e isso só se faz dentro de campo. Como eu falei no jogo, eu não sou... Vocês vão me ver muito pouco aqui falando, dando explicação, eu acho que a melhor maneira é você responder dentro de campo a qualquer tipo de crítica ou outras coisas mais, então, eu tenho 35 anos hoje, mas eu fiquei sabendo que o professor ficou contente que no último jogo eu corri bastante, então, acho que graças a Deus , eu tô com saúde e com condições de continuar jogando. Ainda não penso em parar. Vamos ver lá na frente.”

Apoio do elenco

“Eu vou ser bem sincero com vocês. Um dos maiores, se não o maior motivo meu, e posso até falar por Fellipe, de a gente não ter baixado a cabeça, mesmo diante da situação que a gente se encontrava,  foi o grupo. A gente sabia que o grupo estava com a gente. Sentia que o grupo, como a gente, sentiu o baque pela nossa situação até porque ninguém entendia a decisão que foi tomada da nossa saída. A gente vê na imprensa que o motivo da nossa saída foi a postagens polêmicas. Foi pedida a nossa saída bem antes dessas postagens. Então, o motivo eu não sei sinceramente. O grupo sentiu, e a gente fica fortalecido com isso. A gente sentia no dia a dia, quando treinava no campo ao lado, o pessoal vinha e conversava para não baixar a cabeça e que a situação poderia mudar. É um grupo espetacular que não merece estar em uma situação como essa. Ficamos aqui mais tempo juntos do que com a nossa família com problemas financeiros do clube, que é normal. Os jogadores vêm e trabalham para caramba. Eu fico feliz de estar aqui.”

Trabalho de Milton Mendes resgatando atletas

“A gente captou bem o novo método de trabalho do treinador. Eu sempre fui a favor daquele treinador com um pouco do lado de psicologia para poder trabalhar a cabeça do grupo. Acho que isso é importante. O Milton é assim. Ele é um cara que trata todos da mesma maneira. No dia a dia, sempre almoça com a gente. Fica com todo mundo na mesma mesa. Conversa com todo mundo da mesma forma, sempre falando com um e com outro. Ele só pode colocar 11 dentro de campo. Eu sei que essa hora é uma hora difícil para o treinador ainda mais quando tem um grupo de qualidade. Ele vê também que há essa necessidade de falar com jogadores que não vêm tendo muita oportunidade até para não baixar a cabeça e seguir trabalhando. Futebol é uma caixinha de surpresas. Até ontem, Adryelson nem convocado era. Hoje é um cara importante e que é titular da equipe. Acho que o Milton tem isso de bom. Além de ser um grande treinador, tenta não deixar o jogador que está jogando pouco perder o foco.”


Diario de Pernambuco

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