Cerveja de mandioca movimenta produção em Araripina
Maxx Amido do BrasilFoto: Rafael Martins/Divulgação
Cervejaria Ambev distribui a cerveja chamada de Nossa em todo o Estado, utilizando insumo de agricultores do interior pernambucano
E isso é motivo para este ano ser um dos melhores na produção do agricultor Silvano Coelho, que se dedica à propriedade da família, localizada na Zona Rural da Serra do Inácio. Duas razões são fortes para ele comemorar o dobro de área cultivada, agora em 100 hectares. A chuva, que caiu entre os meses de maio e junho, e o contrato de fornecimento direto com a cervejaria.
“E mandioca na cerveja dá certo?”, ouvia Silvano de outros agricultores curiosos com a empreitada, lançada oficialmente na região no meio do ano, e que agora rende um produto com preço final de R$ 3, a garrafa de 600ml. Um projeto que começou bem antes, três anos atrás, ainda na fase de identificação das famílias com os requisitos para oferecer o insumo direto à fábrica, sem a presença de atravessadores. “A companhia surgiu com a vontade de fazer um produto local, através da pesquisa de mercado feita em parceria com a ONG internacional TechoServe, que mapeou onde poderíamos obter esse elemento nas condições ideais para os dois lados”, diz o engenheiro agrônomo e um dos responsáveis pelo desenvolvimento dessa cadeia produtiva junto à Ambev, Vitor Pistoia.
Riqueza para famílias como a do agricultor Gilmar de Carvalho, que lida com o terreno de 400 hectares, na Serra do Araripe, e espera uma boa colheita já entre dezembro e janeiro. “Isso, porque conseguimos plantar um pouco mais. Cerca de dez hectares nos últimos meses”, enumera, reforçando que o novo fornecimento promete melhorar também o preço de mercado, “que oscilava muito e, agora, tende a ficar mais estável”, completa, sem adiantar a quantidade fornecida à cervejaria Ambev e o preço trabalhado. “Mas no geral, a tonelada nesse período de entressafra fica em torno de R$ 350”, solta. Até pouco tempo, a produção era voltada para as 70 casas de farinha da região. Esses lugares recebem a chamada 'mandioca brava' e seu alto teor de amido é valorizado pela indústria dos subprodutos.
Nova operação
Pronta para operar desde 2012, a Maxx Amidos do Brasil estava parada desde então. A fecularia, que tinha tudo para ser mais um elefante branco no meio do Sertão, iniciou as atividades oficialmente no mês de junho graças a dois impulsionadores. A boa safra de 2018 e o contrato de fornecimento para a Ambev. É lá que os agricultores depositam a mandioca para a extração do amido que levado à cervejaria, em Itapissuma.
Além da cerveja, o mercado mais promissor dessa produção é o da goma de tapioca. "Mas a fécula pode ser usada pela indústria para outros derivados, como polvilho azedo industrial, creme de confeiteiro, pasta de dente, glicose, papelão e até plástico biodegradável”, lista o gerente de produção Márcio Silva, que, nem de longe, quer lembrar o período de completo desabastecimento.
FolhaPE
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