BARES INTERDITADOS

Corpo de Bombeiros interdita bares na rua Mamede Simões

Interdição de estabelecimentos na Mamede Simões faz parte da operação Bar SeguroFoto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Seis estabelecimentos devem permanecer fechados, até que regularizem seus alvarás de funcionamento

Pelo menos seis bares localizados na rua Mamede Simões, tradicional polo boêmio no bairro de Santo Amaro, foram fechados na noite deste sábado (10). Central, Frontal, Acauã, Puxinanã, Besta Fera e Boi Neon foram interditados e a previsão é de que permaneçam sem funcionar até pelo menos a próxima quarta-feira (14), prazo previsto para que o Corpo de Bombeiros emita novos alvarás de funcionamento.

Procurado pela reportagem, o Corpo de Bombeiros limitou-se a informar que a fiscalização faz parte da Operação Bar Seguro, que vem realizando ações em vários bairros e cidades. “São estabelecimentos que não possuíam alvará de funcionamento em dia. Alguns não estavam atendendo às normas de segurança, não contando com extintores e central de gás”, adiantou o oficial de plantão, destacando que os casos devem ser analisados individualmente e que o órgão só poderá repassar informações melhor consolidadas à imprensa a partir desta segunda-feira (12).

“Meu bar foi fechado e todos os estabelecimentos que estavam funcionando foram interrompidos”, relatou Vitor Teixeira, proprietário do Besta Fera. Segundo ele, apenas dois bares não foram atingidos pela operação, simplesmente pelo fato de não terem aberto as portas naquele dia. O comerciante contou que a ação aconteceu por volta das 22h, no auge da frequência de público, e que havia cerca de 25 pessoas, entre policiais militares e bombeiros, e vários carros. “Foi uma coisa ostensiva e desnecessária”, criticou.

Vitor queixou-se à reportagem do fato da operação ter acontecido sem aviso prévio, impossibilitando que os bares tivessem a possibilidade de se adequar às exigências.  “Todos os outros órgãos fiscalizadores, como a Vigilância Sanitária, a Diretoria de Controle Urbano - Dircon e a Secretaria de Meio Ambiente realizam as visitas de praxe e quando encontram qualquer irregularidade, fazem uma indicação de adequação, dando um prazo para isso. Eles, não. Já chegaram fechando”, acusou.

Maiores exigências com segurança 

Proprietário de um dos bares mais famosos da Mamede Simões, o Central, André Rosemberg disse que espera conseguir resolver as pendências ainda nesta segunda-feira, pois tem empregados e outras despesas para dar conta.  "Não sei quais foram os problemas dos outros bares. No caso do Central, estamos sem o atestado de regularidade porque a partir do incêndio da boate Kiss, em 2013, foram criadas uma série de exigências extras. Nós contratamos um engenheiro elaboramos o projeto solicitado pelo Corpo de Bombeiros. Ela já estava em processo de análise. Temos total interesse em atender às exigências", afirmou.

A Abrasel-PE divulgou nota sobre o episódio:

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Pernambuco (Abrasel-PE) vê com preocupação a iniciativa do Corpo de Bombeiros de Pernambuco, chamada “Operação Bar Seguro”, que fechou vários estabelecimentos tarde da noite do último sábado na Rua Mamede Simões.

Somos legalistas e acreditamos que as empresas devem estar totalmente alinhadas às normas e legislação vigentes. Mas a ação realizada nos parece desmedida até por conta do dia da semana e do horário em que foi realizada já que não deu condições de defesa aos empresários por ela atingidos.

Esperamos que a situação da interdição seja resolvida o mais breve possível e que exista um canal aberto de diálogo entre o poder público e os bares e restaurantes que prestam um serviço essencial à sociedade, além de gerar tributos e milhares de empregos.

André Luiz Araújo, Presidente da Abrasel-PE

FolhaPE