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domingo, 11 de novembro de 2018

SE FAZENDO DE DOIDO

Rocha Loures tenta provar que é um débil mental

Um ano e meio depois de ter sido filmado pela Polícia Federal recebendo uma mala com propina de R$ 500 mil da J&F, Rodrigo Rocha Loures, ex-deputado e ex-assessor de Michel Temer, prestou depoimento na Justiça Federal pela primeira vez. Adotou uma linha de defesa sui generis. Para refutar a acusação que o mantém em prisão domiciliar, o personagem se esforçou para provar que é apenas um débil mental, não um corrupto.
Foi como se Rocha Loures tentasse se livrar de suas culpas ateando fogo às próprias vestes —sempre tendo o cuidado de se despir de sua autoestima antes de riscar o fósforo. Reconheceu tudo o que era inegável: a missão recebida de Temer para que ouvisse “as demandas” da J&F, holding da JBS; as conversas com sócio do grupo Joesley Batista; a mala recebida do executivo Ricardo Saud; a intermediação do célebre encontro de Joesley com Temer no Jaburu… Tudo.
O problema é que Rocha Loures, dotado de uma doce e insuspeitada ingenuidade, insinuou durante o depoimento não foi capaz de enxergar o óbvio. Para tomar o depoimento como verdadeiro é preciso aceitar a premissa de que o ex-assessor de Temer esbarrou no óbvio várias vezes, tropeçou no óbvio, mas foi incapaz demorou uma eternidade para perceber que o óbvio era o óbvio. Quando notou, entrou em pânico.
Nessa versão, o óbvio escapou de Rocha Loures numa conversa que manteve com Joesley Batista: “Ele me diz, atrapalhadamente, ele pega e fala assim: ‘Se você resolver esse assunto pra mim, tem lá 5% disso, 5% daquilo’. (…) Eu não entendi que foi uma oferta de propina, eu não entendi que ele estava oferecendo a mim esses valores e eu não iria fazer nada por ele, como não fiz.”

Josias de Souza

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