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sábado, 15 de dezembro de 2018

DO MAGNIFICO AO GROTESCO

A Polícia Militar do Rio vai do aplauso à vaia

Em uma semana
Como uma mesma corporação tem integrantes que salvam uma idosa refém e roubam uma carga de carne?

Quarta-feira, 5 de dezembro de 2018: numa ação perfeita, cirúrgica, policiais militares salvam uma idosa de 83 anos, feita refém por um assaltante que acabara de roubar uma joalheria em Valença, no Médio Paraíba; o ladrão é morto e a senhorinha escapa ilesa. Quinta-feira, 13 de dezembro de 2018: 12 policiais militares são presos sob a acusação de desviar uma carga de carne roubada e recuperada pelos PMs, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro; um deles, tragicamente — e com uma motivação que ainda terá de ser esclarecida — se mata dentro do batalhão ao receber voz de prisão.
Em apenas oito dias, a Polícia Militar do Rio foi capaz de ir do aplauso à vaia, da glória ao opróbrio. O que isso diz sobre a corporação?
Se a PM fluminense fosse uma pessoa, seria diagnosticada com transtorno bipolar. Oscila entre ações louváveis e vergonhas daquelas de se esconder debaixo da cama. É uma instituição com o éthos da guerra, mas em que parte de seus integrantes, vez por outra, prefere a diplomacia dos acordos com o crime, dos arregos, dos desvios de conduta.
Dentro do mesmo grupo de 44 mil homens e mulheres, selecionados com critérios semelhantes, treinados de forma semelhante, vestidos, armados e alimentados de forma semelhante, há gente capaz de dessemelhanças como amamentar um bebê abandonado e estuprar uma menor de idade 

ÉPOCA - Giampaolo Morgado Braga

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