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sábado, 15 de dezembro de 2018

NÁUTICO - O ÍDOLO KUKI

Perto do seu reencontro com Aflitos, Kuki, ídolo do Náutico, reforça: 'Minha história é aqui'

"A relação que eu construí com os Aflitos teve muito a ver com a torcida", revela o ídolo Kuki


Auxiliar técnico contou como identificação com o estádio foi construída; reportagem do Superesportes traz números inéditos do ex- camisa 11


Na linha de meio de campo dos Aflitos, Kuki caminha a passos lentos. Olha, minucioso, ao redor do estádio e confessa sorrindo: “Aqui é a minha segunda casa”. Completando, nesta temporada, 17 anos de serviços dedicados ao Náutico, o ex-jogador que mais vezes vestiu a camisa do clube, em 387 vezes, terá no dia de 16 de dezembro, o reencontro com o estádio que imortalizou sua história. E o baixinho artilheiro não esconde a ansiedade para a data esperada: “Tenho que me conter porque está mais perto que nunca”.

 
A identificação com o estádio tem explicação antiga. Data de 2001, assim que aterrissou no alvirrubro pernambucano. Antes de Kuki cair nas graças da torcida, os Aflitos, juntamente com o apoio dos torcedores, apresentou-se como solução, segundo o ex-centroavante, para aquele time de “fim de feira” comandado à época por Muricy Ramalho e com a companhia de jogadores como Sangaletti, Wallace e Albérico.

“A relação que eu construí com os Aflitos teve muito a ver com a torcida, que nos apoiava bastante. Eles tinham interesse de nos ver jogando nos treinos, vinham muitos. A gente tinha um grande time, apesar dos jogadores serem desconhecidos. Aí, ficava fácil a gente se dedicar dentro de campo, porque éramos reconhecidos pelo nosso trabalho. Minha história, definitivamente, foi feita aqui dentro do estádio”, conta Kuki, auxiliar técnico do Timbu desde 2010.

Números 

E tem muitos motivos para isso. Como jogador do Náutico, até pendurar as chuteiras em 2009, Kuki balançou as redes 179 vezes, de acordo com o pesquisador Carlos Celso Cordeiro, que desconsidera seis gols do ex-jogador na Copa Pernambuco de 2003. E desse universo, levando em consideração apenas jogos nos Aflitos, o ex-jogador anotou 109 gols. Ou seja, 60,9% dos tentos anotados pelo Baixinho com a camisa alvirrubra foram no estádio.

Outro dado que reforça o potencial de Kuki nos Aflitos é o aproveitamento do time quando o centroavante esteve dentro dos gramados da Rosa e Silva. Ao todo, Kuki marcou gols em 76 confrontos nos Aflitos. E quando isso acontecia, dificilmente o Náutico saia de campo derrotado. Nessas partidas, o aproveitamento Timbu é de 85%, contabilizando 63 vitórias, seis empates e apenas sete derrotas.

Homenagem

Após mais de uma década desde a chegada no Náutico, o sentimento de conexão do ídolo timbu ainda é o mesmo pelo estádio. Ou até mais forte. Desde que se aposentou dos gramados há nove anos, Kuki não teve a oportunidade de matar a saudade do campo com a bola nos pés no gramado onde foi rei. Espera que, no entanto, tem data para acabar. No dia 16 de dezembro, no retorno em definitivo aos Aflitos, o ex-jogador será homenageado em sua “segunda casa”.

Na ocasião, antes do duelo amistoso do elenco principal contra o argentino Newell’s Old Boys, a diretoria planejou uma partida festiva que contará com a presença de ex-jogadores do Náutico que, assim como Kuki, fizeram parte da história dos Aflitos.  “O dia vai ser muito bonito. Sou torcedor, né? Não vejo a hora de voltar. Que a gente possa traçar um caminho de vitórias. Muita gente não acreditava na reconstrução do estádio. E hoje ele está aqui, pronto e bonito”, disse orgulhoso a espera dos gritos da arquibancada. “Kukê...Kukê...Kukê…” 

Gols de Kuki ano a ano

2001
 
43 gols no total
33 gols nos Aflitos (76,7%)

2002
 
17 gols no total
8 gols nos Aflitos  (47%)

2003
 
34 gols no total
18 gols nos Aflitos (52,9%)

2004
 
25 gols no total
15 gols nos Aflitos (60%)
 
2005
 
29 gols no total
17 gols nos Aflitos (58,6%)

2006
 
12 gols no total
7 gols nos Aflitos (58,3%)
 
2007
13 gols no total
7 gols nos Aflitos (53,8%)

2008

5 gols no total
4 gols nos Aflitos (80%)

Total
179 gols 
109 gols (60,9%)

Outros feitos

Tricampeão Pernambucano (2001), (2002) e (2004)
Artilheiro do Pernambucano 2001 (dos 14 gols, 10 foram no estádio), 2003 (dos 16 gols, nove foram no estádio) e 2005 (dos 17 gols, 12 gols foram no estádio)
Acesso à Série A em 2006
 
Números totais de gols nos Aflitos

Campeonato Pernambucano: 49 
Série B: 39 
Copa do Brasil: 8  
Campeonato do Nordeste: 9
Amistosos: 3
Campeonato Brasileiro: 1

*Dados de Carlos Celso Cordeiro, que não considera os seis gols de Kuki  marcados na Copa Pernambuco de 2003

Do Céu ao inferno

A trajetória de um jogador comum de futebol pode ter, algumas vezes, um brilho aqui, outro acolá. E só isso. Dos ídolos, jamais. Aqueles que marcam definitivamente a história nos clubes, as conquistas caminham junto às frustrações. Nem mesmo estes, tratados pelo misticismo da idolatria fogem ao percurso natural de falhar - e ressurgir. Assim foi com Kuki, considerado um dos ídolos que passaram pelo Náutico.

O baixinho artilheiro tem muita história para contar no estádio dos Aflitos, lugar que imortalizou suas marcas - e falhas- dentro das quatro linhas. Entre os anos de 2001 e 2009, período em que se aposentou, Kuki, em entrevista exclusiva ao Superesportes, rememorou, nove anos depois, dois capítulos marcantes da sua carreira como jogador em passagem no estádio que, segundo ele, é sua “segunda casa”.

O primeiro deles ainda insiste em voltar à memória do torcedor: dia 26 de novembro de 2005. Os Aflitos, que recebia um dos maiores públicos da sua história, com 29.891 pagantes, viu o Grêmio vencer com sete jogadores em campo e adiar o acesso à Série A. Por muito tempo, o assunto, que antes era guardado a sete chaves por Kuki, hoje se mostra um pouco menos incômodo. Quando perguntado sobre o assunto, respondeu, prontamente: “Superei no outro dia”.

“Na verdade, não teve batalha. Batalha dos Aflitos foi para o Grêmio. Mas, para a gente não teve batalha nenhuma. O que aconteceu naquele dia foi que nós tivemos um jogo e perdemos. Tivemos a chance de fazer o gol e não fizemos. Mas, subimos no ano seguinte”, completou.

No ano seguinte, o divisor de águas contra o Ituano, depois de deixar escapar na temporada anterior o acesso na divisão de elite do futebol nacional. Naquele ano, o Timbu encerrou a temporada com o melhor aproveitamento da Série B dentro de casa, com 87,77% de aproveitamento, totalizando 16 vitórias, dois empates e apenas uma derrota. Número maior do que o campeão da Série A daquele ano, o São Paulo, que obteve 73,6% no Morumbi.

“Quando se faz as coisas certas, as coisas dão certo. Nós éramos uma grande equipe.  A gente tinha certeza do acesso naquele ano. Depois da derrota com o Grêmio há um ano atrás, nosso grupo tinha a certeza de que daríamos a volta por cima depois”, finalizou.

Primeiro Jogo oficial

O primeiro jogo de Kuki nos Aflitos, foi na estreia do Campeonato Pernambucano de 2001, contra o Vitória. Triunfo alvirrubro, de virada, por 2 a 1, com dois gols de Kuki, que acabaria expulso pelo árbitro Wilson Souza na comemoração do segundo tento.

“Foi o único erro que o Wilson Souza não admite na vida dele. Eu fiz os dois gols. Fiz o gol e ele deu o cartão amarelo pro Cleiton e no meu segundo gol ele foi e expulsou o Cleiton. Aí o Cleiton disse que quem tinha feito o gol fui eu, aí ele pegou e me deu o vermelho direto. Nós saímos atrás, com 10 jogadores e conseguimos reverter o placar.”

Decisão do turno contra o Santa Cruz no Pernambucano de 2001

Há cinco anos o Náutico não conquistava sequer um turno do Campeonato Pernambucano. Tabu que acabou com a vitória por 1 a 0 sobre o Santa Cruz em uma partida extra. Era o primeiro passo para o fim de outro jejum. O de 11 anos sem títulos estaduais. Obtido de forma ainda mais especial. No ano do centenário do clube. Kuki marcou o gol da vitória, em cobrança de pênalti, e desceu para o vestiário só de sunga, após fazer a festa com a torcida.

“O Náutico fazia cinco anos que não ganhava um turno e a gente foi lá e ganhou contra uma grande equipe, que era o Santa Cruz. Tínhamos um grande time, na verdade. Tanto que tínhamos a vantagem da melhor campanha e jogamos em casa. Aí, a gente se sagrou naquele dia e depois de tanto tempo o Náutico voltaria a fazer uma final”.


Diario de Pernambuco

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