GIF Patrocinador

GIF Patrocinador

sexta-feira, 8 de março de 2019

OPERAÇÃO LAVA JATO

LAVA JATO NO PARANÁ DENUNCIA SÉRGIO MACHADO,APADRINHADO DE RENAN CALHEIROS
Ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado, durante o lançamento do navio Oscar Niemeyer Foto: EBC

Sérgio Machado, ex-Transpetro, é investigado na 59ª fase da Lava Lato

José Sérgio de Oliveira Machado, que por onze anos presidiu a estatal Transpetro, subsidiária da Petrobras, por ser apadrinhado do senador Renan Calheiros (MDB-AL), além de Antônio Kanji Hoshikawa,  Elio Cherubini Bergemann, Mauro de Morais e Wilson Quintella Filho foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) em razão dos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa e lavagem de dinheiro. A acusação foi protocolada junto à 13ª Vara Federal de Curitiba na última sexta-feira, dia 1 de março.
A denúncia aponta que Sérgio Machado ajustou com Wilson Quintella, então diretor-presidente do Grupo Estre, o pagamento de propinas em percentual entre 3% a 4% do valor original dos contratos firmados com as empresas do Grupo na área de serviços (Estre Ambiental S/A e Pollydutos Montagem), e de 1% a 1,5% na parte de navios (Estaleiro Rio Tietê LTDA). Tais pagamentos ocorreram entre os anos de 2008 e 2014, e totalizaram mais de R$ 21 milhões.
De acordo com a denúncia do MPF, o esquema acontecia assim: as promessas e pagamentos de propina deram-se no âmbito de cinco contratos celebrados entre a empresa Estre Ambiental S/A e a Transpetro, no período compreendido entre 2008 e 2013 que, somados, alcançam o montante de R$ 282.924.361,91; em 16 contratos firmados entre a Pollydutos Montagem e Produção LTDA. e a subsidiária petrolífera no valor de R$ 279.784.240,79 entre 2008 e 2014; e na celebração de 20 contratos firmados entre a empresa Estaleiro Rio Tietê LTDA., no ano de 2010, na importância de R$ 428.268.822,10.
Os acertos ocorriam para que Machado auxiliasse o Grupo Estre e também se abstivesse de praticar atos de ofício que viessem contra os interesses das empresas do Grupo.
Segundo a Procuradora da República Juliana Câmara, “chama a atenção o entranhamento da corrupção no âmbito da Transpetro, onde o pagamento de suborno era de tal forma institucionalizado a ponto de ser tratado em reuniões ordinárias mantidas entre Wilson Quintella e Sérgio Machado na presidência da subsidiária da Petrobras”.
A procuradora ressalta a ação de agentes políticos para a continuidade do esquema de corrupção.  “Além disso, é lamentável que o desvio do dinheiro relativo a mais de quatro dezenas de contratos tenha servido para alimentar agentes políticos ligados ao PMDB em troca de apoio para manter Sérgio Machado no comando da estatal”.
Ainda de acordo com o MPF-PR, para a geração e entrega das propinas em espécie, o ex-presidente do Grupo Estre utilizou-se dos serviços de Mauro de Morais, sócio do escritório Mauro de Morais – Sociedade de Advogados. O escritório foi utilizado para celebrar contratos ideologicamente falsos com o Grupo Estre e, subsequentemente, emitir notas fiscais “frias”, recebendo valores por meio de transferências bancárias para, logo em seguida, efetuar centenas de saques fracionados em espécie em diversas instituições financeiras.
Conforme destacou o Procurador da República Roberson Pozzobon, “um dos estratagemas de lavagem de dinheiro denunciado consistiu na realização, pelo advogado Mauro de Morais, de mais de 300 saques em espécie de valores na ordem de R$ 90 mil que, entre 2011 e 2012, 
totalizaram mais de R$ 16 milhões. Com os fracionamentos os acusados tentavam passar fora do alcance dos radares dos órgãos de controle, já que à época as instituições financeiras eram obrigadas a comunicar automaticamente ao COAF todos os saques em espécie iguais ou superiores a R$ 100 mil, nos termos da Circular 3.461/09 do BACEN. Vale destacar que atualmente o BACEN estuda modificar essa norma, sendo que o novo texto inclusive encontra-se em seu site aberto a consulta pública até o dia 18 de março. A questão relevantíssima e merece a atenção e reflexão de todos os brasileiros, pois eventual retrocesso na regulamentação do tema poderia ser catastrófico em nosso sistema de prevenção e repressão à lavagem de dinheiro”.
O dinheiro em espécie gerado por Mauro de Morais era então repassado para Antônio Kanji Hoshikawa, funcionário da Estre de confiança de Wilson Quintella, encarregado por ele e por Elio Cherubini Bergemann, então Presidente do Grupo, de realizar as operações de entrega de propinas. Relatórios da Receita Federal que embasaram a denúncia apuraram que a banca advocatícia recebeu, entre 2011 e 2013, aproximadamente R$ 21,1 milhões do Grupo Estre, sem que tenha prestado efetivamente qualquer serviço.
Operação Lava Jato
A Operação Lava Jato teve início no dia 17 de março de 2014. Sérgio Machado foi citado na investigação da Operação Lava Jato, pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, como beneficiário do esquema que fraudava contratos com a empresa.
Por nota, o MPF -PR aponta que desde então, foram oferecidas 91 denúncias contra 426 pessoas na Lava Jato em Curitiba. As primeiras acusações ocorreram em abril de 2014 e, desde então, o tamanho da investigação aumentou consideravelmente.
Entre os crimes pelos os denunciados tornaram-se réus, estão: lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, fraude à licitação, organização criminosa, evasão de divisas, lavagem de dinheiro do tráfico internacional de drogas, crime contra a ordem econômica, embaraço à investigação de organização criminosa, falsidade ideológica, etc.
Ao todo, já foram proferidas 50 sentenças, gerando 242 condenações contra 155 pessoas. O total de penas chega a 2.242 anos e 5 dias de pena. (Com informações MPF-PR)

Nenhum comentário:

Postar um comentário