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quinta-feira, 21 de março de 2019

OPERAÇÃO LAVA JATO

Michel Temer e Moreira Franco são presos pela Lava Jato

Michel Temer e o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco - Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil



Mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio

O ex-presidente da República Michel Temer  e o ex-ministro de Minas e Energia Moreira Franco foram presos na manhã desta quinta-feira (21) por uma força-tarefa da Operação Lava Jato do Rio de Janeiro. 

Temer foi preso em São Paulo e foi levado ao Aeroporto de Guarulhos, de onde parte para a sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro. Os mandados que resultaram nas prisões de Temer e Franco foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio.

Segundo a reportagem da Folha de S.Paulo apurou, a prisão de Temer tem relação com delação de um executivo da empreteira Engevix, que envolveria propina para campanha eleitoral do ex-presidente da República. Ao ficar sem mandato neste ano, Temer perdeu a prerrogativa de foro perante o Supremo, e denúncias contra ele foram mandadas para a primeira instância da Justiça Federal.



Michel Temer é o segundo presidente do Brasil a ser preso após condenação na esfera penal - o primeiro foi Luiz Inácio Lula da Silva, em abril de 2018. Moreira Franco foi governador do Rio de Janeiro entre 1987 e 1991.

Recentemente, o ministro Luís Roberto Barroso deferiu pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para que se abram cinco novas investigações sobre o ex-presidente, que tramitarão na primeira instância. 

Temer foi denunciado em dezembro pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, sob acusação de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia decorreu de investigação aberta em 2017, na esteira da delação da JBS, sobre supostas irregularidades na edição do Decreto dos Portos, assinado por Temer em maio daquele ano.

Posição do partido
Em nota, o MDB lamentou a "postura açodada da Justiça à revelia do andamento de um inquérito em que foi demonstrado que não há irregularidade por parte de Temer e do ex-ministro Moreira Franco". "O MDB espera que a Justiça restabeleça as liberdades individuais, a presunção de inocência, o direito ao contraditório e o direito de defesa", afirmou o texto.

Novas investigações

Das cinco apurações abertas contra Temer, três têm a Argeplan Arquitetura e Engenharia como peça central. A PGR sustenta que a empresa, que aparece na denúncia dos portos como intermediária de propina e que tem como um de seus sócios o coronel Lima, pertence de fato ao ex-presidente.

Um dos pedidos de abertura de inquérito envolve um contrato milionário da Eletronuclear para a construção da usina de Angra 3 que foi paralisado devido a suspeitas levantadas pela Lava Jato. O contrato, de R$ 162 milhões, foi firmado pela multinacional AF Consult, que subcontratou a AF Consult do Brasil, que por sua vez tem a Argeplan em seu quadro societário.

Ao lado da Argeplan, a empreiteira Engevix também foi subcontratada para a obra. Em 2016, um dos donos da Engevix, José Antunes Sobrinho, tentou, sem sucesso, fechar um acordo de delação com o Ministério Público relatando que o coronel Lima cobrou dele R$ 1 milhão para a campanha de Temer em 2014.

Dodge requereu que a apuração desse caso seja feita perante a 7ª Vara Criminal da Justiça Federal no Rio, sob responsabilidade do juiz Marcelo Bretas, onde outros processos sobre a Eletronuclear já tramitaram. A Argeplan também é suspeita de superfaturar e deixar de prestar serviços para os quais foi contratada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, por meio do consórcio Argeplan/Concremat.

A terceira nova apuração envolve contrato celebrado entre a empresa e a Fibria Celulose, que opera no porto de Santos, com valores em torno de R$ 15,5 milhões. Dodge solicitou que se investigue também, no mesmo procedimento, transações financeiras entre a Construbase Engenharia e a PDA, a outra empresa do coronel.

A Construbase repassou à PDA, de setembro de 2010 a agosto de 2015, R$ 17,7 milhões, por meio de 58 transferências. A empresa do coronel, segundo a Procuradoria, "consta por diversas vezes em relatórios do Coaf [Conselho de Controle de Atividades Financeiras], como responsável por movimentações atípicas".

Na quarta frente de apuração aberta, Dodge apontou suspeitas de que uma das filhas do presidente, Maristela Temer, tenha praticado o crime de lavagem de dinheiro por meio de uma reforma em sua casa, em São Paulo.

Dodge considerou que a suspeita de que a obra tenha sido paga com dinheiro de propina "não guarda intrínseca relação" com o suposto crime de corrupção denunciado no âmbito do inquérito dos portos, e requereu uma investigação específica a ser feita perante a Justiça Federal em São Paulo.

A quinta nova investigação aberta é sobre um suposto contrato fictício assinado a pretexto de prestação de serviços no terminal Pérola, no porto de Santos. A empresa faz parte do grupo Rodrimar.

Trajetória

Filiado ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), Temer assumiu a Presidência da República em maio de 2016, depois do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Ao longo de sua trajetória política, Temer foi presidente da Câmara dos Deputados, secretário da Segurança Pública e procurador-geral do estado de São Paulo.



Folhapress

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