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quarta-feira, 17 de abril de 2019

AV. CONDE DA BOA VISTA

Audiência sobre Nova Conde da Boa Vista reúne ambulantes e gestores na Câmara

Início das obras da Nova Conde da Boa VistaFoto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco


Mediada pelo vereador Ivan Moraes (PSOL), a audiência discutiu a situação dos comerciantes informais no projeto da Nova Conde da Boa Vista

A situação dos vendedores ambulantes que comercializam atualmente na avenida Conde da Boa Vista foi tema de audiência pública nesta quarta-feira (17), na Câmara Municipal do Recife. Isso porque o projeto da Nova Conde da Boa Vista visa a realocar, após a reforma, apenas 60 dos 324 camelôs que atuam na área. 

Relatório feito pelo mandato do vereador Ivan Moraes, em parceria com Ana Cecília Cuentro e Marília Gomes do Nascimento, ambas mestras em sociologia pela UFPE, diz que os 324 ambulantes movimentam mais de 4,5 milhões de reais por ano. 

Além do vereador do PSOL, que mediou a sessão, estavam presentes o Secretário de Mobilidade e Controle Urbano, João Braga, representantes do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Comércio Informal do Recife (Sintraci), o engenheiro da Emlurb, Antônio Valdo e a arquiteta Paula Maciel, da Universidade Católica de Pernambuco. 


O Secretário de Mobilidade e Controle Urbano, João Braga, afirma que todos os comerciantes informais serão realocados para proximidades da Conde da Boa Vista. “Nós temos um sistema de cadastramento para esses trabalhadores que atualmente constam 75 pessoas. Aos poucos, eles irão realizar o cadastro para que pensemos nas possíveis soluções”, afirmou. 


“É importante lembrar que o Sintraci não é contra a reforma [na Conde da Boa Vista], afinal, quem não quer uma melhoria para sua cidade? Lutamos para que os ambulantes tenham um espaço de trabalho”, afirma o representante do Sindicato, Edvaldo Gomes. “O nosso Sindicato não realiza apenas protesto no meio das ruas, estamos aqui para cobrar uma solução em que o comércio informal esteja incluído”, completa. 

Segundo a pesquisa, o perfil do vendedor ambulante se caracteriza por homens negros que estavam desempregados entre 30 e 60 anos. Mais da metade das barracas tem a jornada de trabalho maior que oito horas por dia, com 82,6% dos entrevistados possuindo dependentes financeiros. 

Assim como João Braga, o engenheiro da Emlurb Antônio Valdo destaca a mobilidade e acessibilidade do projeto. “Queremos tranquilizar a todos que a Prefeitura não está insensível. A obra vem com uma preocupação social dando maior importância à vida da cidade, que é a Conde da Boa Vista”, aponta. “É tanto que dilatamos a obra para 20 meses, a fim de que atenda os desejos e necessidades da cidade”, descreve o engenheiro.

Muitos trabalhadores informais estavam na audiência. Paulo Sérgio, de 50 anos, trabalha há oito como vendedor ambulante de acessórios para celular. Ele alega que é cadastrado no sistema do Sindicato, mas não no da Prefeitura. “Eu concordo com a reforma, menos com o que eles propõem para os ambulantes”, conta. Para ele, a melhor solução se daria através da organização, “tem que regularizar os que já tem e não permitir a entrada de outros futuramente. Deixar todos os que estão lá só que de forma organizada, diferente do que está agora”.

Neste mês, uma reunião na Universidade Católica de Pernambuco foi feita para reunir as possíveis soluções para os ambulantes no novo projeto. A coordenadora do curso de arquitetura da Unicap, Paula Maciel, apresentou o mapeamento feito por arquitetos. “A nossa ideia de readequação em frente ao Shopping Boa Vista, ponto de maior concentração de ambulantes, assim como um shopping popular para a população visam redistribuir sem eliminar os trabalhadores”, argumenta, “no entanto, isso é só um planejamento prévio, já que as possibilidades devem ser vistas em conjunto com a Prefeitura”.



FolhaPE

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