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sexta-feira, 21 de junho de 2019

ASSUMIU A PREFEITURA

Nadegi Queiroz assume prefeitura de Camaragibe após prisão de Meira
Foto: Victor Patrício/ Divulgação


Demóstenes Meira (PTB) não é mais o prefeito de Camaragibe, ao menos durante o período dos próximos seis meses pelo Tribunal de Justiça. Ele foi alvo de mandado de prisão preventiva, cumprido pela Polícia Civil na manhã desta quinta, e teve também seu afastamento cautelar. O prefeito foi preso em sua residência no bairro da Madalena, Recife. Meira ganhou destaque no carnaval deste ano quando convocou os cargos comissionados da prefeitura, via Whats App, para comparecerem ao show da noiva Taty Dantas, que também atuava como secretária de Assistência Social. Em seu lugar, já assumiu a até então vice-prefeita, Nadegi Queiroz (PTC). 

Nadegi já anunciou, inclusive, no início da noite desta quinta, a primeira secretária da sua gestão: Kátia Marsol, da pasta da Defesa Civil. Foi ela quem criou o órgão em Camaragibe, tendo passado 19 anos no cargo, que volta a ocupar a partir de agora. A escolha para a titular desta secretaria, antes das demais, aconteceu em decorrência das consequências das chuvas na cidade, na semana passada quando sete pessoas faleceram após o deslizamento de uma barreira. Após a tragédia, a Prefeitura decretou estado de emergência para agilizar a liberação de verba estadual e federal para ações nos morros da cidade. De acordo com a Defesa Civil, a cada 100 casas, 82 estão localizadas em área de risco. 

A investigação que levou à prisão do prefeito teve início em dezembro de 2018 com o objetivo de prender integrantes de organizações criminosas voltadas para a prática de crimes de fraude em licitação, corrupção e lavagem de dinheiro. A operação da polícia, denominada Harpalo II, culminou na detenção de outros quatro empresários, além do prefeito: Severino Ramos da Silva e a esposa dele, Luciana Maria da Silva; Carlos Augusto e sua companheira, Joelma Soares.

Ao todo, 40 policiais civis atuaram na ação, entre delegados, agentes e escrivães. As investigações foram assessoradas pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Pernambuco (DINTEL) e pelo Laboratório de Lavagem de Dinheiro (DRACO). Foram apuradas irregularidades encontradas em nove contratos auditados pelo Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE). Os do setor de engenharia são referentes ao ano de 2017 e eram voltados para a manutenção do edifício-sede da Prefeitura de Camaragibe, limpeza urbana e de escolas municipais. Somados todos os contratos, resultam em R$ 33 milhões. Além destes, são mais R$ 31 milhões em contratos irregulares, apurados pelo TCE, relativos à fiscalização de serviços gerais do setor metropolitano. Serviços estes que seriam, em teoria, para a compra de medicamentos, suplementos hospitalares, material gráfico, publicidade e propaganda, merenda escolar e locação de imóveis. As empresas favorecidas na concorrência de licitações eram C.A Construções Civis e a Esfera Construções.

Em fevereiro deste ano, a Câmara de Vereadores de Camaragibe aprovou a denúncia que solicitava o impeachment do prefeito Demóstenes Meira (PTB), protocolado por vereadores de oposição. A iniciativa de cassar o mandato do petebista ocorreu após o vazamento do áudio em que o gestor da cidade exigiu que os cargos comissionados participassem de um bloco carnavalesco em que sua noiva era uma das atrações. A equipe do Diario de Pernambuco tentou entrar em contato com o líder da Câmara, mas não obteve respostas. O vereador da oposição Roberto da Loteria (PTC), afirmou, entretanto, via telefone, que o processo de impeachment continuará correndo, sem interrupções. “Uma coisa não tem nada a ver com outra. Tudo segue igual”, informou.


Diario de Pernambuco 

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