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quarta-feira, 28 de agosto de 2019

ACEITA SOB CONDIÇÕES

Governo aceita ajuda de 10 milhões de libras do Reino Unido para o combate a queimadas

AmazôniaFoto: Lula Sampaio/AFP


O governo brasileiro informou ainda que a aceitação dos recursos ocorrerá mediante a condição de que o dinheiro fique sob a coordenação do Brasil

O governo brasileiro informou na noite dessa terça-feira (27) ter recebido e aceitado uma oferta de 10 milhões de libras (cerca de R$ 50,6 milhões) do Reino Unido para combater as queimadas na Amazônia.

De acordo com informações do Palácio do Planalto e do Ministério de Relações Exteriores, a oferta foi feita pelo secretário de estado britânico, Dominic Raab, em conversa telefônica com o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo. 

O governo brasileiro informou ainda que a aceitação dos recursos ocorrerá mediante a condição de que o dinheiro fique sob a coordenação do Brasil. 

A ajuda dos britânicos ocorre em meio a um impasse sobre oferta de US$ 20 milhões (cerca de R$ 83 milhões) feita pelo presidente francês, Emmanuel Macron, durante encontro do G7.

Na noite de segunda (26), o Palácio do Planalto informou que o dinheiro oferecido pelo G7 não seria aceito em meio a uma crise diplomática entre Brasil e França.

Na manhã desta terça, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) recuou e disse que os recursos seriam recebidos se Macron pedisse desculpas por tê-lo chamado de mentiroso. 

À noite, o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, adotou uma terceira versão e disse que ajudas de países e organismos internacionais à Amazônia são bem-vindas, desde que a gestão do dinheiro fique à cargo do governo brasileiro. 

O Planalto não soube dar detalhes sobre de que forma a ajuda britânica será aplicada. As equipes técnicas ainda trabalham nesses pontos, informaram autoridades brasileiras.

Segundo interlocutores que acompanham o caso, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, determinou que o dinheiro fosse oferecido para aplicação, no curto prazo, diretamente em negócios e comunidades afetadas pelos incêndios. 

No longo prazo, a ideia é que os recursos sejam usados para proteção da floresta com uso da terra de forma sustentável. 

Brasil e França vivem uma crise diplomática em meio às queimadas na Amazônia. 

Em entrevista ao deixar o Palácio da Alvorada, Bolsonaro ressaltou que só aceita negociar o aporte do G7 se Macron pedir desculpas a ele, por tê-lo chamado de "mentiroso", e retirar declaração sobre a possibilidade de internacionalização da Floresta Amazônica.

"Eu falei isso [não aceitar os recursos]?", questionou. "Primeiramente, o senhor Macron deve retirar os insultos que fez à minha pessoa. Primeiro, me chamou de mentiroso. Depois, as informações que eu tive, é que a nossa soberania está em aberto na Amazônia", acrescentou.

A maior parte do dinheiro oferecido pelas nações mais industrializadas do mundo é para ser utilizada no combate à série de incêndios.

Em entrevista concedida na cúpula do G7, Macron disse que o debate sobre um status internacional da Amazônia deve se colocar, mas que esta não era a proposta naquele momento nem naquele fórum.

"Então, para conversar ou aceitar qualquer coisa da França, que seja das melhores intenções possíveis, ele [Macron] vai ter que retirar essas palavras e, daí, a gente pode conversar", disse Bolsonaro. "Primeiro, ele retira, depois ele oferece e daí eu respondo."

Nova versão
No início da noite desta terça, o porta-voz da Presidência mudou a versão sobre a condição para que o Brasil receba a ajuda oferecida durante encontro do G7.

"O governo brasileiro está aberto a receber dos órgãos internacionais, dos países, verbas desde que a governança seja nossa", disse.

Questionado se a aceitação dos R$ 83 milhões está vinculada a uma retratação por parte de Macron, como disse Bolsonaro, Rêgo Barros não respondeu. 

"O governo não rasga dinheiro, não. Não rasga e não rasgará. Rasgar dinheiro não é uma coisa adequada num governo que tem a austeridade como princípio maior. E essa austeridade vem sendo apresentada à sociedade por meio das decisões do Presidente da República e não avançar um milímetro daquilo que não seja legalmente permitido", disse o porta-voz.



Folhapress

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